Metro/PCS
O ano começou com muitos pacientes com sintomas gripais pelo País. Na cidade de São Paulo não é diferente. Devido ao cenário preocupante, as 469 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da rede municipal de saúde estarão abertas das 8h às 17h a partir desse sábado (8) para atendimento à população sem a necessidade de agendamento.
Três infecções estão “à solta”: covid-19, gripe (causada pelo vírus Influenza) e a chamada “flurona” (coinfecção simultânea da duas primeiras).
O Metro World News conversou com especialistas para entender os sintomas mais comuns que podem caracterizar cada uma delas. Lembrando que o diagnóstico preciso é obtido após análise do painel viral.
Em linhas gerais, contudo, os sintomas da gripe costumam ser mais intensos do que os da covid, mesmo nos quadros leves. “A gripe geralmente ocasiona febre alta, calafrios, muita dor no corpo e muita prostração, o que pode durar de três a cinco dias”, explica a infectologista Raquel Stucchi, membro da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).
Além disso, a gripe comum não costuma gerar perda de olfato ou paladar - a variante Ômicron da covid-19, ressalva seja feita, também não parece causar tais efeitos. “Além disso, só nos casos de pacientes em extremos de idade ou imunocomprometidos é que a Influenza pode causar falta de ar”, completa Raquel.
A especialista afirma ainda que a gripe é menos transmissível do que a covid-19, mas seu período de transmissibilidade é de até 14 dias, enquanto que no caso da covid esse prazo é de 10 dias.
Duas doenças em uma
Os sintomas da “flurona”, por sua vez, se comparados aos da covid-19 ou da Influenza isoladamente, são bem semelhantes entre si. “Observa-se febre, dor no corpo, inapetência, tosse, dor nas articulações, nos músculos e de garganta. Em casos mais graves, pode haver falta de ar e a necessidade de internação, eventualmente até em UTI (Unidade de Terapia Intensiva)”, explica Estêvão Urbano, infectologista e diretor da SBI.
O também infectologista e consultor da SBI Marcelo Daher acrescenta que normalmente os quadros de “flurona” são mais arrastados e podem ter mais intensidade nos sintomas. Ela traz, entretanto, um alívio. “As duas doenças juntas não significam necessariamente uma maior gravidade, a não ser que fatores de risco estejam associados, como idade e comorbidades”, esclarece. Prevenção
As recomendações para a prevenção da covid-19, gripe ou “florona” são as mesmas: usar máscara de proteção facial, evitar ambientes fechados e aglomerações.
A imunização, tanto contra a covid como contra a Influenza, se mostra mais que necessária para atenuar os sintomas dos três quadros.
“A vacina contra a gripe protege contra várias cepas. Não se sabe exatamente o nível de resposta no caso da H3N2, que é a gripe mais usual nessa crise que estamos vivendo, mas possivelmente ela confere pelo menos uma proteção parcial, e as pessoas não vacinadas deveriam se vacinar”, lembra Urbano.
“Quem não tomou a vacina da gripe de 2021 deve tomá-la neste momento, porque mesmo que não haja proteção específica para a cepa Darwin, existe a possibilidade do que chamamos de uma proteção cruzada, uma espécie de proteção ampliada. Depois, quando chegar a hora, deve-se tomar a vacina de 2022, pois este será um novo imunizante, com outros vírus”, completa Raquel.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou na última quinta-feira (6) que a nova campanha de vacinação contra o vírus Influenza está prevista para o segundo trimestre deste ano. Serão aplicados imunizantes produzidos com os vírus em circulação no momento. As vacinas já vem sendo produzidas pelo Instituto Butantan.
Quanto à vacinação da covid-19, a terceira dose já está disponível para todos que receberam a segunda há pelo menos quatro meses.