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Casos de TPB (Tristeza Parasitária Bovina), doença transmitida por carrapatos infectados, que pode causar a morte de bovinos têm sido relatados no Pantanal sul-mato-grossense e é preciso que o produtor fique atento a infecção, que tem se tornado frequente na região.
Segundo pesquisa realizada pela Embrapa Pantanal, a mortalidade de bezerros de corte na região pode ocorrer de forma aguda, atingindo principalmente animais após a desmama, com idade variável entre 9 e 13 meses, ocorrendo principalmente durante o manejo de rotina na fazenda, sendo que há aumento do número de casos animais serem transportados.
Nas ocorrências observadas no Pantanal os animais infectados apresentam atraso no crescimento ou escore corporal baixo. Os sinais clínicos mais evidentes são: mucosas pálidas e amareladas, além da presença de indivíduos com sinais clínicos compatíveis com dermatofilose, uma doença de pele conhecida popularmente como “mela” ou “chorona”. Outros sinais da doença são febre, apatia, falta de apetite, emagrecimento, podendo evoluir para morte do animal nos casos graves.
A doença não acomete bezerros recém-nascidos pois eles recebem anticorpos do colostro do leite, que os protegem durante os primeiros meses de vida. A exposição gradativa desses animais ao carrapato é responsável pelo desenvolvimento da imunidade ativa, que resulta em menor ocorrência de casos clínicos dessa doença.
Região - Estudos realizados no início dos anos 2000 concluíram que o Pantanal de Mato Grosso do Sul não apresentava condições favoráveis à proliferação do carrapato do boi, isso devido as alternâncias extremas de seca e cheia, a baixa densidade de bovinos e os campos com gramíneas nativas de baixa altura mantinham os bovinos pouco infestados.
A partir de 2009, algumas publicações científicas sinalizaram que a introdução de raças bovinas mais suscetíveis, desmatamento e substituição de pastagens nativas, com a finalidade de melhorar a produtividade dos rebanhos pantaneiros, poderiam promover um aumento na população do carrapato e na infecção de bovinos e cervídeos pelos agentes da TPB.
Além disso, as práticas de manejo e controle dos carrapatos deveriam obedecer a critérios técnicos que observassem o risco de ocorrência de doenças transmitidas por carrapatos nessas populações suscetíveis, já que havia pouco conhecimento sobre a dinâmica populacional e a epidemiologia dessas enfermidades no Pantanal.
Diante dos surtos de TPB ocorridos e avaliados até o momento, é possível formular hipóteses sobre uma causa multifatorial, relacionada ao não desenvolvimento de imunidade ativa e à exposição dos animais a diferentes condições de estresse.
Recomendações - Para minimizar as chances de ocorrência de surtos, é recomendado o uso criterioso de carrapaticidas, para manter níveis de anticorpos capazes de proteger os bovinos mais suscetíveis, além do emprego de métodos de manejo de desmama, manejo nutricional e de transporte para reduzir condições de estresse nos animais.
É fundamental que os produtores pantaneiros estejam atentos à tristeza parasitária e que comuniquem a ocorrência ao médico-veterinário e pesquisadores da Embrapa para que seja possível monitorar onde ela tem sido encontrada e qual o seu impacto para a atividade pecuária da região.