Em pleno pico da pandemia, 119 enfermos estão na fila por um leito hoje (9) em Mato Grosso do Sul, conforme informações da Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Na Central de Regulação da Capital, aguardam por um leito 73 doentes, sendo 53 apenas de Campo Grande.

Já na Central de Regulação de Dourados, 19 pessoas estão na fila à espera de uma vaga em hospitais e na Central de Regulação do Estado (CORE), aguardam 27 doentes.

Mato Grosso do Sul contabiliza 1.251 pessoas internadas, sendo 712 em leitos clínicos (454 público; 258 privado) e 539 em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (382 público; 157 privado), nesta sexta-feira (9).

A ocupação global de leitos de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS) na macrorregião de Campo Grande está em 101%; Dourados 91%; Três Lagoas 97% e Corumbá 92%. As informações são do Boletim Epidemiológico da SES.

Leitos estão sendo improvisados e doentes estão em locais inadequados. “Pessoas estão em prontos socorros, ala vermelha, ala azul e centros cirúrgicos já que não estão fazendo cirurgias eletivas. Isso nos preocupa”, informou o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende.

Resende afirmou que as vagas de leitos que surgem são de óbitos que ocorrem. “Mesmo para quem tem o melhor plano de saúde, não vai ter acesso nem à leitos de UTI e nem clínicos. O melhor plano de saúde é ficar em casa”.

“Não há mais leitos. Nem se você tiver condição financeira de ir para outro Estado”, complementou a secretária adjunta de Saúde, Christinne Maymone.

O governador do estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), assegura que para o sistema de saúde não colapsar, é necessário o isolamento. “Sabemos da contrariedade de alguns segmentos da economia, mas agora não tem outra alternativa”, declara.

A Santa Casa divulga por meio de nota que não possui estoque o suficiente de medicamentos para a próxima semana, mas há uma previsão de entrega pelos fornecedores a partir desta sexta-feira (9).

O Hospital Unimed Campo Grande informa ao Correio do Estado que embora a demanda por oxigênio tenha aumentado significativamente neste pico de pandemia, por ora, não há risco de desabastecimento, de acordo com a empresa fornecedora.

Além disso, a cooperação afirma que há uso expressivo de insumos e medicamentos, os quais encontram-se em escassez no mercado atualmente. Portanto, não se pode contar com o mesmo estoque que havia antes da pandemia.

O Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP-UFMS) disse ao Correio do Estado que possui estoque de oxigênio. "O consumo médio mensal de oxigênio líquido é de 16.500m³. Temos tanque com 19.000m³, mais backup de cilindros de oxigênio (32 cilindros de 10m³)".

Além disso, o hospital reitera que há insumos disponíveis e que recursos humanos, como médicos e enfermeiros, foram transferidos das cirurgias eletivas suspensas e realocados para atender a demandar por Covid-19.

O Hospital El Kadri comunica que o estoque de medicamentos está em níveis críticos e que o atendimento à pacientes continua normal. Para evitar o colapso, está em constante comunicação com empresas fornecedoras e tenta importação.

Novos leitos

O governo do Estado entregou 35 leitos de UTI em Dourados, sendo 20 na Unidade da Mulher e da Criança (HU), outros 10 no Hospital da Vida e 5 no Hospital Santa Rita para atendimento de pacientes do SUS em 26 de março.

A Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) ativou 11 leitos de UTI para pacientes com Covid-19 no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (HUMAP-UFMS) em 1º de abril.

Já foram ativados 12 leitos de UTI exclusivos para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) na Clínica Campo Grande; 7 semicríticos no Hospital de Câncer; 10 no Hospital do Pênfigo; 10 leitos de UTI no Hospital El Kadri e 90 leitos clínicos e 30 de UTI na Santa Casa.

Panorama da Covid-19 em 9 de abril de 2021

Mato Grosso do Sul registra 52 óbitos e 1.234 casos nas últimas 24 horas. Com isso, já tem 227.226 confirmações e 4.769 mortes desde o início da pandemia. Em isolamento domiciliar encontram-se 13.794 doentes. Recuperados somam 207.412.

A média móvel de casos está em 1.181 e a de mortes em 56,1. A taxa de letalidade está em 2,1 e a de contágio em 1,11.

Em apenas um dia, Campo Grande registrou 305 novos casos; Três Lagoas 168; Dourados 108; Naviraí 48; Ponta Porã 39; Corumbá 32; Inocência 32; Paranaíba 32; entre outros municípios.

Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Paranaíba, Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia, Água Clara, Aparecida do Taboado, Aquidauana, Bodoquena, Camapuã, Cassilândia, Corumbá, Fátima do Sul, Glória de Dourados, Itaporã, Jardim, Maracaju, Naviraí, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Pedro Gomes, Ponta Porã e Santa Rita do Pardo são as cidades que registram mortes no Boletim Epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES) desta sexta-feira (9).

País já tem 13.279.857 brasileiros infectados e 345.025 óbitos. Em um dia, foram registrados 86.652 diagnósticos positivos e 4.249 mortes. Os dados são do Ministério da Saúde.

Vacinação: o Estado possui 504.411 doses aplicadas. Já o mundo, 733.599.574.