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Ciência e Saúde
24/09/2019 14:18:00
Família diz que engenheira morreu de febre maculosa em BH

G1/LD

Uma engenheira de 48 anos morreu em Belo Horizonte de febre maculosa no último domingo (22). O diagnóstico de Adriane Moreira Félix foi confirmado pelo irmão, o ortopedista Arnóbio Moreira Félix, e pela Prefeitura de Timóteo. A doença é transmitida pelo carrapato-estrela.

Adriane Moreira Félix tinha passado uns dias no Vale do Aço e foi internada no CTI do Mater Dei, em Belo Horizonte, no dia 25 de agosto, após dores de cabeça e febre alta.

Segundo Arnóbio, Adriane cuidava mais de perto de um sítio da família na cidade de Marliéria, no Vale do Aço. Ela também tinha almoçado em um restaurante em Coronel Fabriciano. A família não sabe onde ela pode ter sido picada pelo carrapato.

O irmão contou que Adriane precisou ser entubada no CTI, diante do grave quadro. O primeiro exame para determinar a causa da doença deu negativo para febre maculosa. Mas, de acordo com Arnóbio, o hospital realizou um teste genético, mais avançado, que confirmou a infecção.

Este diagnóstico saiu cerca de dez dias após a internação. Mas, diante da longa permanência com ajuda respiratória, Adriane foi apresentando complicações de saúde.

Arnóbio, ainda de luto, fala com carinho da irmã. “Minha irmã, minha parceira, minha sócia, minha companheira, minha mentora, minha guru”, disse.

Ele conta que Adriane era uma pessoa muito produtiva e querida por todos. “Foi uma perda irreparável”, completou. A engenheira deixa marido e uma filha de 14 anos.

Uma cunhada deles, casada com outro irmão, também precisou ser internada em Timóteo com sintomas parecidos com os da febre maculosa. Ela ficou cerca de uma semana no hospital com um caso mais brando, comparado ao de Adriane. Atualmente, ela já se encontra bem. Arnóbio não soube dizer se, neste caso, a febre maculosa foi confirmada.

Procuradas pela reportagem, as secretarias de Saúde de Minas Gerais e de Belo Horizonte disseram que ainda não foram notificadas do caso. A notificação de infecção por febre maculosa é obrigatória.

O Hospital Mater Dei disse que não divulga informações sobre pacientes.

A Fundação Ezequiel Dias (Funed) coletou material para um exame de contraprova em relação ao primeiro teste realizado em Adriane. O G1 questionou se há resultado deste exame de contraprova e aguarda retorno.

A Prefeitura de Timóteo informou que uma equipe da Secretaria de Saúde esteve no sítio da família em Marliéria para uma inspeção, mas nenhum foco do carrapato-estrela foi encontrado.