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Instituto Nacional do Câncer divulgou nesta quarta-feira (31), no dia Mundial sem Tabaco, um levantamento que relaciona o comprometimento da renda familiar ao uso do tabaco. Em média, os brasileiros destinam cerca de 8% da renda familiar mensal para a compra de cigarros. No Mato Grosso do Sul, a média mensal é de 6%, a menor do Brasil.
Segundo o levantamento, o valor gasto mensalmente no Brasil com o tabaco é maior entre jovens de 15 a 24 anos, que chegam a empenhar até 10% da renda para compra de cigarros industrializados. O valor aumenta para 11% entre pessoas com Ensino Fundamental incompleto. Os dados do Instituto ainda indicam que os homens são os que mais empenham parte da renda mensal para o tabagismo, cerca de 8,2%, enquanto que as mulheres gastam 7,2%. Não há dados estaduais estratificados dessa forma.
A divulgação faz parte da campanha "Plante comida, não plante tabaco. Precisamos de comida, não de tabaco", na qual explora a escolha do tabaco em detrimento do alimento, danos causados pelo tabaco no enfraquecimento das famílias de fumantes e área de produção de tabaco que a agrava a insegurança alimentar.
De acordo com Inca, a área ocupada pela produção do tabaco é de 357.230 hectares, o mesmo tamanho da área ocupada na produção de todos os vegetais do país, o que colabora para a insegurança alimentar. "A cultura do tabaco é responsável por 5% do desmatamento total do Planeta", afirma a chefe da Divisão de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco do Inca, Andréa Reis.
Segundo a ONG (Organização Não Governamental) ACT Promoção de Saúde, o Brasil é o terceiro maior produtor de folha de tabaco do mundo e o primeiro em exportação. A ONG explicita que ao comparar a produção do tabaco do Brasil com outros países, é notório que o país produz poucos vegetais e muita folha de tabaco. "A China (a maior produtora de tabaco do mundo) dedica 2,7 vezes mais terras para produzir tabaco que o Brasil, porém dedica 67 vezes mais terras para produção de vegetais que o Brasil, 7,3 vezes mais em relação à produção de frutas e 17,7 vezes mais que o arroz", informa a nota técnica da Organização.