Correio do Estado/LD
Élio da Cruz Neves, 67 anos, morreu na última segunda-feira (27), no Hospital Universitário de Campo Grande, 20 dias depois de uma possível infecção por encefalopatia espongiforme transmissível (BSE), doença conhecida popularmente como mal da vaca louca.
Segundo apurou a reportagem, a vítima já apresenta os sintomas há dois anos e, por se tratar de uma doença degenerativa, o avanço é lento. A esposa da vítima, Nancy da Silva, 53 anos, disse ao Portal Correio do Estado que a doença pegou a família de surpresa, e que ela ainda está muito abalada com a morte. A vítima morava na Vila Jacy, na Capital.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) já apura o caso, aguarda relatório do Hospital Universitário e a confirmação da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).
De acordo com a Sesau, a confirmação só poderá ser feita se a família autorizar a exumação do corpo. Caso contrário, serão analisados apenas, os sintomas clínicos apresentados pelo paciente que nos últimos dez dias tinha perda de consciência e amnésia.
DOENÇA DA VACA LOUCA
A doença da vaca louca, também denominada encefalopatia espongiforme transmissível (BSE) ou mal da vaca louca, é uma doença neurológica que acomete bovinos e, tem sido relacionada com a doença de Creutzfeldt-Jacob (CJD) em humanos.
Além de outras encefalopatias causadas por príons (proteínas anormais que interagem com o material genético do hospedeiro). A principal causa da ocorrência da doença está relacionada com utilização de alimentos expostos ao príon, que são fornecidos aos bovinos.
O período de incubação pode varia de 1 até 8 anos para que haja o início da degeneração cerebral. Sua patogenia não está esclarecida, no entanto, existem teorias de que após a ingestão do príon, o agente replica-se no sistema linforreticular, migrando, em seguida, para o sistema nervoso central, através dos nervos periféricos.
SINTOMAS
Os sintomas apresentados nos animais são: menor tempo de ruminação, aumento na frequência de lambidas no focinho, espirros, contração do focinho, esfregar da cabeça, ranger de dentes e sensibilidade aumentada. O animal morre dentro de três meses.
Quando a doença é transmitida para o homem, ela adquire as características da CJD, caracterizando-se por uma infecção generalizada do cérebro devido à multiplicação da infecção em outras partes do organismo, sendo invariavelmente fatal.