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Ciência e Saúde
16/07/2014 09:00:00
Infecções por HIV caem no mundo, mas crescem no Brasil, diz ONU
Novos casos de contaminação no país subiram 11% entre 2005 e 2013 Informações foram divulgadas nesta quarta-feira pela Unaids.

G1/PCS

Dados divulgados nesta quarta-feira (16) pela Unaids, programa conjunto das\n Nações Unidas sobre HIV/Aids, aponta que o índice de novos infectados pelo\n vírus no Brasil subiu 11% entre 2005 e 2013, tendência contrária aos números\n globais, que apresentaram queda.\n \n No mesmo período, a quantidade de casos no mundo caiu 27,5%, de 2,9 milhões,\n em 2005, para 2,1 milhões, em 2013. Desde 2001, a queda foi de 38%. As\n informações estão em um novo relatório que analisa o impacto da Aids no\n planeta.\n \n As mortes relacionadas com o vírus registraram queda de mais de um terço na\n última década. Em 2013, 1,5 milhão de pessoas morreram vítimas da doença, uma\n queda de 11,8% em comparação com 1,7 milhão de mortes em 2012, segundo os números\n da ONU. Além disso, o número representa uma queda de 35% na comparação com as\n 2,4 milhões de mortes registradas em 2004 e 2005.\n \n "Terminar com a epidemia da Aids é possível”, afirmou Michel Sidibe,\n diretor Unaids. "Restam cinco anos para estabelecer os objetivos, que\n foram cumpridos até agora. Os próximos cinco anos serão decisivos para os\n próximos 15", completou.\n \n O relatório destaca que 35 milhões de pessoas viviam com o HIV em 2013, um\n número um pouco superior aos 34,6 milhões de 2012. "Dos 35 milhões de\n pessoas que vivem com o HIV no mundo, 19 milhões não sabem que são\n soropositivos", disse o diretor da Unaids.\n \n Dados do Brasil
\n Segundo o relatório da ONU, o Brasil tinha 730 mil pessoas com Aids vivendo no\n país em 2013, número que representa 2% do total mundial. Estima-se que 44 mil\n pessoas tenham contraído o HIV apenas no ano passado, montante que também\n representa 2% do total global.\n \n O documento não apresenta a quantidade de casos existentes em 2005, apenas o\n percentual comparativo.\n \n Os dados das Nações Unidas afirmam que 16 mil pessoas com HIV morreram no\n ano passado e que 327.562 pessoas utilizavam antirretrovirais.\n \n Em relação à América Latina, 47% dos novos casos registrados no ano passado\n surgiram no Brasil, sendo o México o segundo país com mais contaminações novas.\n \n De acordo com a ONU, os grupos particularmente vulneráveis a novas infecções\n são transsexuais, homens que fazem sexo com outros homens, profissionais do\n sexo e seus clientes, além de usuários de drogas injetáveis.\n \n No fim do ano passado, o Ministério da Saúde havia divulgado que o país\n tinha cerca de 700 mil pessoas infectadas pelo vírus, sendo que 39 mil\n descobriram estar contaminadas em 2013. Além disso, o governo informou que 300\n mil pessoas estavam em tratamento em 2013.\n \n África, o continente mais afetado
\n A África continua sendo o continente mais afetado pela doença, com 1,1 milhão\n de mortos em 2013, 1,5 milhão de novas infecções e 24,7 milhões de africanos\n que vivem com o HIV.\n \n África do Sul e Nigéria encabeçam a lista de países mais afetados e a Unaids\n recorda que na África subsaariana ainda é muito difícil o acesso às camisinhas:\n cada indivíduo sexualmente ativo tem acesso a apenas oito preservativos por ano\n em média.\n \n A América Latina tinha 1,6 milhão de soropositivos em 2013 (60% deles\n homens) e o número de novos infectados permaneceu estagnado, com um recuo de\n apenas 3% entre 2005 e 2013. Na Ásia, os países que mais preocupam são Índia e\n Indonésia, onde as infecções aumentaram 48% desde 2005.\n \n O relatório da Unaids destaca os avanços no acesso aos tratamentos\n antirretrovirais, com 12,9 milhões de pessoas atendidas em 2013, contra apenas\n 5,2 milhões em 2009. Mas o importante avanço é inferior à meta da ONU, que\n espera 15 milhões atendidas em 2015.\n \n A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu recentemente mais esforços para\n tratar em particular os homens que têm relações sexuais com homens, as pessoas\n transgênero, detentos, profissionais do sexo e usuários de drogas.\n \n "Para garantir que ninguém ficará para trás nós temos que diminuir a\n brecha entre as pessoas que podem ser atendidas e as que não, entre as que\n estão protegidas e as que são castigadas", disse o diretor da Unaids.\n \n O dinheiro destinado ao combate contra a Aids subiu de US$ 3,8 bilhões em\n 2002 para US$ 19,1 bilhões em 2013, mas está longe do objetivo da ONU de\n arrecadar entre 22 e 24 bilhões de dólares em 2015.\n \n \n