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Embora pouco conhecida em alguns grandes centros urbanos, a leishmaniose visceral é uma doença infecciosa grave, causada por um parasita transmitido ao humano por meio da picada de mosquitos.
Segundo o Ministério da Saúde, só em 2017 foram 4.103 novos caso, com expressivo crescimento nas regiões Nordeste e Sudeste. O problema traz riscos à saúde humana e dos cães. O combate ao mosquito transmissor, uso de coleira antiparasitária e vacinação nos animais de estimação são as principais medidas preventivas a serem adotadas.
De evolução crônica, a leishmaniose visceral quando não tratada pode levar a óbito até 90% dos casos, de acordo com o Ministério da Saúde. A sua transmissão se dá a partir da picada do mosquito-palha (Lutzomyia longipalpis) infectado pelo protozoário Leishmania chagasi. Nas regiões urbanas o cachorro é o principal reservatório da doença, já que também pode ser picado pelo inseto.
Como prevenir?
Importante destacar que o cachorro não transmite a doença para os humanos. Marcio Barboza, gerente técnico Pet MSD Saúde Animal, explica que quando contaminado, o pet torna-se um reservatório do parasita. No entanto, um novo mosquito pode picá-lo e picar os humanos com quem convive, completando assim o ciclo de transmissão e infecção.
Quando contaminado, o animal pode adoecer e vir a óbito se não diagnosticado e tratado a tempo.
Para o especialista, medidas preventivas são essenciais e mais práticas que o tratamento depois da infecção, já que este exige um alto investimento financeiro e não traz a cura – apenas melhora os sintomas e diminui a carga parasitária. Além disso, o Brasil é o país com maior número de casos de pessoas infectadas em toda a América Latina, sendo por isso essencial a prevenção para evitar a proliferação da doença.
“O ideal é que, estando ou não em uma área endêmica, o cão seja protegido com a coleira antiparasitária, que costuma ter 98% de efetividade na proteção. A vacina também é indicada, mas possui uma eficácia ao redor de 70%”, afirma Marcio, que complementa “a limpeza do ambiente e abrigo do animal é também essencial para manter o mosquito afastado”.
O mosquito transmissor da doença tem preferência por locais ricos em matéria orgânica, plantas e árvores. Para aqueles que moram em ambientes mais arborizados, recomenda-se o uso de telas finas ao redor do abrigo do cão, mantendo-o nesse local durante o período do entardecer à noite, período que os mosquitos costumam atacar mais.
Diagnóstico
Entre os principais sintomas da doença nos animais estão a perda de peso repentina – mesmo sem a alteração de apetite -, pelagem falha e opaca, anemia, apatia, vômitos e diarreia.
Vale ressaltar que o diagnóstico não deve ser baseado em um único exame e o médico veterinário é o único profissional habilitado a fazê-lo, bem como para indicar terapia e cuidados preventivos adequados.