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Ciência e Saúde
24/08/2018 16:45:00
Mais de 4 milhões de crianças ainda precisam ser vacinadas pela campanha contra o sarampo e a poliomielite

Bem Estar/LD

Balanço divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Ministério da Saúde aponta que 4,1 milhões de crianças em todo país ainda não foram imunizadas na Campanha Nacional contra a Poliomielite e o Sarampo. O número representa 62% da meta estipulada de vacinar pelo menos 11,2 milhões de crianças.

A campanha será encerrada na próxima semana, por isso os pais e responsáveis tem até o dia 31 de agosto para levarem as crianças de 1 ano a menores de 5 para se vacinarem contra as duas doenças.

"O esforço para impedir que doenças já eliminadas não retornem ao Brasil é um trabalho de toda a sociedade. Por isso, convocamos pais e responsáveis a levarem as crianças que ainda não foram vacinadas aos postos de saúde, independente da situação vacinal anterior, já que, neste ano, a campanha é indiscriminada", ressalta o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.

Segundo o ministério, as campanhas de reforço da dose acontecem de quatro em quatro anos e já estava prevista no orçamento da pasta. Este ano, devido à volta da circulação do sarampo no país e a ameaça da poliomielite, a campanha é ainda mais importante.

Objetivos da campanha:

Imunizar quem nunca tomou a vacina;

Completar o projeto de vacinação de quem não tomou todas as vacinas;

Dar uma dose de reforço para quem já se vacinou completamente (ou seja, tomou todas as doses necessárias à proteção).

Total de afetados pela doença

O Brasil tem 1.428 casos confirmados de sarampo em 2018, de acordo com atualização feita pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (22). Os estados do Amazonas e Roraima apresentam surtos da doença, com 1.087 e 300 casos, respectivamente. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Pernambuco e Pará também apresentaram casos.

Adultos também podem se vacinar

A campanha atualmente tem como público-alvo as crianças. O Ministério da Saúde, no entanto, disponibiliza duas doses para os indivíduos entre 12 meses e 29 anos, que ficam à disposição o ano inteiro no Sistema Único de Saúde independente da força-tarefa atual para a vacianação.

Na rede pública, também é possível a vacinação gratuita até os 49 anos (nesse caso, uma dose é administrada). O governo recomenda que os adultos vão até as unidades de saúde após o fim da campanha deste ano direcionada às crianças, no dia 31 de agosto, para garantir uma dose e não sobrecarregar os postos.

"Os indivíduos acima de 50 anos provavelmente já pegaram a doença e já estariam imunizados pelas altas taxas de vacinação nos mais jovens. Mas nada impede que procurem a vacina individualmente", afirma Isabela.

Quem não pode tomar a vacina?

Gestantes, casos suspeitos de sarampo, crianças menores de seis meses de idade e pessoas imunocomprometidas (com doenças que abalam fortemente o sistema imune).

A vacina é segura?

Sim, afirmam o Ministério da Saúde e a SBim (Sociedade Brasileira de Imunizações). Ela é feita de vírus atenuado (enfraquecido) e em décadas de imunização no mundo inteiro, apenas casos de alergia a produtos do leite contidos na vacina foram reportados.

Hoje, no entanto, há vacinas sem traços de lactoalbumina (proteína do leite da vaca).

Não lembro se tomei a vacina. Devo tomar?

"No sinal de qualquer dúvida sobre se tomou a vacina ou não, ou se teve a doença no passado, vale tomar a vacina. Na pior das hipóteses, a pessoa vai se imunizar à toa" -- Isabela Ballalai (Sociedade Brasileira de Imunizações).