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Os casos de covid-19 registrados em Mato Grosso do Sul pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) entre 22 e 28 de setembro, tiveram aumento de 140% em comparação aos sete dias anteriores. O dado é baseado nos números do boletim epidemiológico que a pasta divulgou ontem (1º).
Uma semana antes, foram 219 casos. Eles saltaram para 572. O crescimento pode ser ainda maior, considerando que nem todos os doentes procuram uma unidade de saúde para fazer teste e obter o diagnóstico.
Campo Grande, Anastácio, Dourados, Ponta Porã e Chapadão do Sul lideram a lista de municípios com mais casos registrados na última semana.
A onda de novos casos acompanha crescimento de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em grande parte do País e é verificada em pessoas de 14 anos em diante, como alertou no início de setembro a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). De acordo com boletim sobre doenças respiratórias publicado pela instituição em 26 de setembro, Mato Grosso do Sul e São Paulo, no entanto, já têm desaceleração dos casos, enquanto a tendência continua sendo de crescimento em Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Paraná.
Mais de um ano após a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarar que chegou ao fim a pandemia de covid-19, o Brasil segue registrando óbitos semanais causados por complicações da doença, mesmo que em proporção bem menor. Entre 1º de janeiro deste ano e 28 de setembro, 713.510 pessoas com esse diagnóstico morreram no país. Em Mato Grosso do Sul, foram 113 no mesmo período.
Apenas entre 22 e 28 de setembro, quatro pessoas morreram por covid-19 no Estado. Duas são homens de 69 e 99 anos que moravam na Capital e as outras são uma mulher de 63 anos que vivia em Sidrolândia e um homem de 70 anos que residia em Dourados.
Vacina - Na avaliação da coordenadora de imunização da SES, Ana Paula Goldfinger, a alta de casos podem estar diretamente relacionada à queda na procura pelo reforço da imunização com cepas atualizadas.
“A falsa sensação de segurança das pessoas que tomaram uma ou duas doses e não completaram o esquema vacinal pode ser a oportunidade para o vírus voltar a se instalar em nosso meio”, ela explica.
A gerente técnica de doenças respiratórias da SES, Lívia Mello, complementa que, ao contrário de outros vírus respiratórios, como a influenza, que circula com maior intensidade em alguns meses do ano, a covid-19 não se restringe a períodos específicos. Assim, seu controle está diretamente ligado à imunização da população.
Idosos e pessoas que vivem com comorbidades são o principal grupo de risco. Por isso, há a necessidade de vacinação periódica com doses atualizadas para a cepa XBB.1.5, variante que confere proteção às formas circulantes do vírus neste momento, segundo a coordenadora de imunização.