Ciência e Saúde
08/03/2014 10:48:14
Novo teste de urina para câncer de próstata pode estar disponível em 2015
Um novo teste para diagnosticar o câncer de próstata de forma mais rápida e prática do que os exames disponíveis atualmente pode chegar ao mercado no ano que vem.
Veja/AB
\n \n Um novo teste para diagnosticar o câncer de próstata de forma mais \n rápida e prática do que os exames disponíveis atualmente pode chegar ao \n mercado no ano que vem. Elenbsp;consiste em identificar, na urina do \n paciente, a presença de uma proteína chamada engrailed-2, ou EN2, que é \n produzida por células cancerígenas da próstata.\n \n Em anúncio feito nesta semana, pesquisadores da Universidade de Surrey, \n na Grã-Bretanha, onde o exame EN2 foi desenvolvido, revelaram uma \n parceria com o laboratório britânico Rodox, que vai passar a fabricar e \n comercializar o teste a partir dos estudos desenvolvidos pela \n universidade. Para que possa ser aplicado na prática clínica, porém, o \n exame ainda precisará ser submetido à aprovação das agências reguladoras\n de cada país em que ele for utilizado.\n \n Atualmente, o diagnóstico do câncer de próstata é feito principalmente \n pelo exame de PSA (proteína presente no sangue que, em altos níveis, \n pode indicar a doença) e o de toque retal. Um exame não exclui o outro \n o ideal é que o paciente seja submetido aos dois testes. Isso porque, \n enquanto o PSA fornece informações como a progressão da doença e as \n chances de recorrência do câncer, o exame de toque pode dizer qual é a \n extensão do tumor e ajudar o médico a escolher o melhor tratamento para \n cada caso. Se derem positivo, os resultados de ambos os exames precisam \n ser confirmados por uma biópsia.\n \n Precisão \n \n nbsp;Um estudo mostrou que o teste de urina que mede a \n proteína EN2 detecta o câncer de próstata com uma precisão \n aproximadamentenbsp;duas vezes maior do que a do exame de PSA. Enquanto o \n novo teste parece diagnosticar entre 60% e 70% dos tumores na próstata, o\n PSA, sozinho, identifica cerca de 30% a 40%, diz Gustavo Cardoso \n Guimarães, cirurgião oncologista e diretor de urologia do Hospital A. C.\n Camargo, em São Paulo.\n \n Além disso, a mesmanbsp;pesquisanbsp;indicounbsp;que ele praticamente não oferece \n falsos diagnósticos positivos. Segundo os resultados, o teste de urina \n deu o diagnóstico correto a 90% dos pacientes que não tinham câncer de \n próstata. Os outros 10% apresentavam um grau muito pequeno da doença, \n que não era clinicamente significante.nbsp;\n \n Segundo Guimarães, issonbsp;pode evitar procedimentos invasivos e \n tratamentos desnecessários em pessoasnbsp;que têm a doença, mas que \n nãonbsp;apresentarãonbsp;sintomas clínicos ou terão a saúde prejudicada. Essa é \n uma vantagem sobre o PSA que costuma dar resultados falsamente \n positivos. "Doisnbsp;terços dos pacientes submetidos à biópsia após o PSA \n indicar suspeita de câncer não possuem a doença, diz o médico.\n \n Características \n \n O novo teste de urina também parece dar informações sobre a extensão da \n doença, ou seja, o quão a próstata está comprometida com o tumor, \n segundo um estudo publicado em 2012. No entanto, o exame não diz qual é a\n gravidade da doença e nem prevê se haverá recorrência do tumor o que \n pode ser detectado com o PSA. Além disso, diferentemente do exame de \n toque retal, não possibilita que o médico identifique o volume da \n próstata, o tamanho dos tumores locais ou o melhor tratamento para o \n paciente.\n \n Por isso, o exame de urina, se for provado eficaz em pesquisas maiores e\n mais relevantes, não eliminaria a necessidade de o paciente passar \n pelos exames de PSA e de toque, mas sim serviria como um complemento não\n invasivo e mais prático para um diagnóstico mais preciso.\n \n "É um teste extremamente promissor, mas ainda precisa ser submetido \n anbsp;pesquisas maiores para que receba a aprovação das agências \n reguladoras. Se for comprovado, sem dúvidas trará um enorme benefício \n aos pacientes, afirma Guimarães. "Esse teste pode levar a um \n diagnóstico mais rápido, o que ajudaria a salvar milhares de vidas, além\n de ter o potencial de reduzir os custos com a doença", diznbsp;Hardev \n Pandha, professor da Universidade de Surrey que coordenou as pesquisas \n sobre o novo exame.\n