Sheila Forato
As longas esperas em Campo Grande estão com os dias contados. É que a Prefeitura de Coxim está adquirindo dois novos micro-ônibus para atender pacientes que se deslocam à Capital para tratamento de saúde. Os veículos com 33 lugares, cada, estão sendo comprados pelo valor de R$ 1,2 milhão, proveniente de recurso próprio.
Hoje o paciente chega a ficar até 22 horas fora de casa para conseguir se tratar em Campo Grande. Segundo o gerente de Transporte da Saúde, Paulo Dourado, o motorista começa a recolher os pacientes nos pontos de Coxim à meia noite. “Por volta das 2 horas pega e estrada e chega em Campo Grande entre 6h40 e 7 horas”, explicou o gerente.
A partir daí, os motoristas distribuem os pacientes nos hospitais. A recolha na Capital inicia por volta das 14h30 para pegar a estrada por volta das 17h30. Em Coxim, o ônibus chega entre 20 e 22 horas, dependendo da agenda dos pacientes.
O prefeito de Coxim, Edilson Magro (PP), explicou que a partir da entrega dos novos micro-ônibus os pacientes serão divididos. Os que tem consultas e exames de manhã devem sair de Coxim por volta das 2h30 e ao final da manhã retornam. Já os que tem agenda no período da tarde devem sair umas 8h30, com volta no final do dia.
“Assim, vamos diminuir o tempo de espera em Campo Grande. Hoje, um paciente que tem consulta ou exame às 8 horas precisa ficar até o final do dia em Campo Grande. Também é ruim para quem vai fazer um procedimento a tarde e precisa sair daqui meia noite. Isso vai mudar”, garantiu o prefeito.
Apesar de colocar dois veículos na estrada, a gerência de Transporte afirma que já fez toda a logística e o custo não vai aumentar. No que tange ao combustível os micro-ônibus fazem entre 5,5 a 7 quilometros com um litro de diesel, enquanto o ônibus faz de 1,8 a 2 quilometros. Cada motorista de micro-ônibus vai receber meia diária, gasto equivalente a diária paga hoje ao motorista do ônibus.
A vereadora Marly Nogueira (PT) parabenizou o município pela iniciativa. “Não é fácil ter de viajar quase 500 quilometros e ficar 20 horas fora de casa para fazer um procedimento em Campo Grande. Muitos, sem condições financeiras de se alimentar adequadamente, passando o dia sentados num banco de hospital esperando a hora de voltar para casa. Alguns até mal, por conta dos efeitos colaterais dos procedimentos realizados, como os pacientes oncológicos, que são submetidos a quimio e radioterapia”, lembrou a parlamentar.
Agora, conforme Marly, o próximo passo é o município organizar, de vez, a recolha dos medicamentos desses pacientes oncológicos, que precisam ir até a Capital para retirar. “São pacientes debilitados, na maioria das vezes, que precisam fazer uma longa viagem apenas para buscar um medicamento. Tenho certeza que o Edilson vai se sensibilizar com essa situação e resolver de uma vez por todas”, apostou Marly.