Ciência e Saúde
08/01/2013 09:00:00
Organização de saúde animal pede suspensão de embargos à carne brasileira
O diretor geral da organização, Bernard Vallat, disse que os países têm o direito de adotar embargos provisórios como resposta de emergência a surtos de doenças que dependem de mais informações, mas ele diz que não há razão para tais restrições neste caso.
Folha/HJ
\n \n O\n diretor geral da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) pediu a países que\n estão impondo embargos às importações de carne bovina do Brasil, depois da\n descoberta de caso "não clássico" da vaca louca no mês passado, que\n suspendam as restrições assim que possível porque a medida é injustificada. \n \n \n \n O\n diretor geral da organização, Bernard Vallat, disse que os países têm o direito\n de adotar embargos provisórios como resposta de emergência a surtos de doenças\n que dependem de mais informações, mas ele diz que não há razão para tais\n restrições neste caso. \n \n "Um\n caso em uma população de 200 milhões de cabeças de gado não justifica a mudança\n de classificação", disse Vallat. "De acordo com os padrões da OIE,\n eles devem acabar com o embargo assim que possível", disse Vallat." \n \n Desde\n o anúncio do caso, dez países já restringiram a importação da carne do Brasil\n ou de seus derivados: Japão, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul,\n China e Taiwan adotaram embargo total; Jordânia e Líbano restringiram o produto\n do Paraná; Peru suspendeu completamente por três meses; e o Chile restringiu\n apenas a compra de farinha de carne e de osso. \n \n A\n Arábia Saudita, que havia embargado a carne bovina brasileira, já voltou a\n comprar o gado vivo. \n \n Os\n embargos totais ou parciais à carne bovina do Brasil em reação ao caso atípico\n de vaca louca devem ter maior impacto no primeiro trimestre deste ano para as\n exportações brasileiras, mas a recuperação de importantes mercados e a demanda\n crescente dos emergentes devem garantir um aumento das vendas no ano, avaliam\n especialistas. \n \n Na\n semana passada, a secretaria de comércio exterior do Brasil informou que o país\n estava considerando recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) se os\n países que impuseram restrições ao produto brasileiro não levantassem os\n embargos. \n \n VACA LOUCA\n \n \n Os\n países passaram a adotar restrições depois que a OIE divulgou informação do\n Ministério da Agricultura brasileiro, de que os testes realizados com uma fêmea\n morta no Paraná em dezembro de 2010 apontaram a existência do agente causador\n da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como mal da vaca louca. \n \n O\n Ministério da Agricultura informou que o animal nunca desenvolveu a doença,\n apenas tinha a forma de EEB considerada "não clássica" por\n cientistas. \n \n A\n organização com sede em Paris manteve a classificação para o produto do Brasil\n como risco insignificante para a EEB, o mais seguro entre as três categorias. O\n status é concedido a países que mostraram que a doença não existe ou é\n extremamente restrita. \n \n ENCONTRO EXTRAORDINÁRIO \n \n A\n classificação para EEB do Brasil poderá ser discutida em encontro ordinário do\n comitê científico que deve acontecer em três semanas. \n \n Vallat\n enfatizou que mesmo vindo de animais infectados, o consumo de carne vermelha\n pode ser considerado seguro para seres humanos --diferentemente do que ocorre\n com o cérebro ou a medula espinhal. \n \n NÃO CLÁSSICO\n \n \n O\n animal portador do agente morreu em 2010, mas o episódio só foi divulgado pelo\n governo brasileiro em 7 de dezembro. Segundo o governo, não há risco de\n contaminação e o país não possui a doença. \n \n O\n caso foi considerado "não clássico", já que o animal não desenvolveu\n o mal e morreu por outros motivos. A hipótese defendida pelo Ministério da\n Agricultura é que tenha ocorrido uma "mutação espontânea" dando\n origem ao agente causador.\n \n nbsp;\n \n \n \n \n