Ciência e Saúde
09/07/2012 09:00:00
Ortopedia do SUS no MS enfrenta crise, mas governo afirma que atende todos os pacientes
Uma declaração da secretária de Saúde do Estado, Beatriz Dobashi, feita em entrevista gravada no Seminário de Controle, Avaliação e Auditoria do SUS, realizado em Campo Grande, no último dia 28 de junho, chama a atenção pela tranquilidade, diante do excesso de casos ortopédicos em todo estado, que r
Midiamax/LD
\n \n Uma declaração da secretária de Saúde do Estado, Beatriz Dobashi,\n feita em entrevista gravada no Seminário de Controle, Avaliação e Auditoria do\n SUS, realizado em Campo Grande, no último dia 28 de junho, chama a atenção pela\n tranquilidade, diante do excesso de casos ortopédicos em todo estado, que\n resulta em filas. \n \n A reportagem do Midiamax queria saber da secretária de Saúde a\n mais alta autoridade do estado na questão se os problemas de superlotação do\n Hospital da Vida, que parou de receber pacientes acima de sua capacidade de\n atendimento, e a paralisação da ortopedia do Hospital Universitário de Campo\n Grande, não estariam afetando ainda mais a sobrecarregada Santa Casa. \n \n A Santa Casa hoje está bem mais tranquila, a gente reorganizou o\n serviço de ortopedia, separou salas de cirurgia e leitos pra ortopedia, então\n nós estamos conseguindo fazer mais o segundo tempo da ortopedia, declarou\n Dobashi. \n \n Para Luiz Kanamura, diretor clínico da Santa Casa, a situação da\n Santa Casa é um pouco mais complicada: Estamos há pelo menos 10 dias\n sobrecarregados. Fomos pegos de surpresa com a suspensão do plantão da\n ortopedia do HU, justo agora que acabamos de contratar médicos para atender\n este nosso setor. \n \n Referindo-se, especificamente, apenas ao fechamento do atendimento\n cirúrgico do HU, que atende casos leves, Kanamura declarou: Não temos\n profissionais e nem sala disponíveis para mais esta demanda. \n \n A Santa Casa recebe pacientes de todo o estado com problemas\n ortopédicos de média e alta complexidade, mas estaria mais sobrecarregada\n diante da determinação dos diretores do Hospital da Vida de Dourados, de parar\n de receber casos além da capacidade de atendimento. \n \n Em Dourados, o diretor clínico do Hospital da Vida (SUS), Luiz\n Carlos de Arruda Leme, reafirmou a crise do setor à reportagem: A macrorregião\n de Dourados tem quase um milhão habitantes (33 municípios), que dependem dos\n serviços de ortopedia de baixa e média complexidade que nós oferecemos. O\n Hospital não atendeu muitos pacientes porque chegou ao limite da sua capacidade\n de atendimento. \n \n Mesmo quem conseguiu, teve que aguardar em uma fila de macas nos\n corredores do hospital. Esse foi o caso de Brandina Ferreira, internada num dos\n corredores do Hospital da Vida em Dourados, com fratura nas duas pernas e\n hemorragia interna. A filha tentou internação no Hospital Universitário da\n UFGD, mas não conseguiu. \n \n Segundo Arruda Leite, os casos de baixa e média complexidade não\n atendidos são enviados para a capital, mas só quando a Central Estadual de\n Vagas libera a transferência. E onde ficam os pacientes? Nos hospitais\n municipais das cidades menores, que não tem como resolver o problema. Ou então\n em hospitais privados. \n \n Alguns hospitais menores nem sequer tem ortopedia, como é o caso\n de Amambai, no sul do MS. Apesar da existência de um Hospital Regional do\n Estado, os casos são enviados para Dourados e Ponta Porã. Com seus quase 35 mil\n habitantes, não há serviço público de ortopedia. \n \n Na circunstância atual, pacientes das 33 cidades menores que\n compõe a Grande Dourados, e que nem sequer têm ortopedista nos hospitais\n municipais, ficam à espera de definição e liberação de vagas pela Central\n Estadual de Regulação, que pode demorar. \n \n Outro caminho para os pacientes da região seria o hospital de\n Ponta Porã, mas a informação é a exatamente a mesma de Dourados. O Hospital\n Regional estadual não está recebendo casos ortopédicos de fora da cidade porque\n está superlotado. Em Ponta Porã, os casos graves de alta complexidade são\n também remetidos para a Santa Casa, mas em função da demora de liberação de\n vaga pela Central de Regulação, há casos em que os pacientes ficam internados\n ali por cerca de dois meses, à espera da cirurgia. \n \n Em Nova Andradina, o Hospital Regional do Estado só dispõe de um\n ortopedista, que não dá conta de todo o atendimento ortopédico. Tanto que um\n anúncio do dia 5 (quinta) informa a necessidade de contratação urgente de\n ortopedistas. O Hospital Regional de Nova Andradina Dr. Francisco Dantas\n Maniçoba necessita com urgência de médicos especialistas nas áreas de ortopedia\n e ginecologia/obstetrícia, para contrato imediato, diz o anúncio. \n \n Já na Santa Casa de Corumbá, sob intervenção municipal e\n conveniada ao SUS, a maioria dos casos cirúrgicos ortopédicos são resolvidos no\n hospital, garante um integrante da Junta Interventora, Eduardo Lasmar. No\n entanto, quando se trata de casos de cirurgia eletiva (não urgentes, mas\n graves), como coluna ou joelho, temos que encaminhar para Campo Grande, e aí\n tem paciente que fica esperando liberar vaga por seis meses, garante o diretor.\n \n \n Com toda a situação caótica, não deixa de soar estranho que o\n Hospital Regional Rosa Pedrossian, de Campo Grande, tem os equipamentos\n necessários para atendimento ortopédico, mas não atende mais um caso sequer há\n cerca de dois anos, quando a unidade foi desativada por decisão do Governo\n estadual. \n \n Segundo Dobashi, o governo tem uma ação\n muito profunda nos hospitais \n \n Em sua entrevista para o Midiamax, no último dia 28 de junho, a\n secretária afirmou que o governo Puccinelli está fazendo a sua parte para debelar\n a crise da Saúde. Leia: \n \n Reportagem - Como o\n HU está em greve e o Hospital da Vida avisou que não vai receber mais, a gente\n fica com essa demanda empurrada para Campo Grande? \n \n Dobashi - A\n Santa Casa está hoje com 91 leitos de pacientes críticos e a gente esta\n esperando que o Ministério libere recursos porque nos estamos, com esses 91\n leitos, gastando muito mais. \n \n A Santa Casa hoje esta bem mais tranquila, a gente reorganizou o\n serviço de ortopedia, separou salas de cirurgia e leitos pra ortopedia, então\n nós estamos conseguir fazer mais o segundo tempo da ortopedia. \n \n Reportagem - O HU é\n o problema da greve. Tem greve aqui, tem greve lá. \n \n Reportagem O que a\n gente começa a pensar é o seguinte, como o interior tem apontado problemas,\n Três lagoas está com hospital deficitário, o da Vida, de Dourados, parou de\n receber paciente da região, a Santa Casa não vai ficar superlotada além da\n conta de poder atender? \n \n Dobashi - Nós\n temos ações em todos os hospitais, todos. A gente aumentou o financiamento dos\n 18 hospitais regionais, que esses todos que você falou estão incluídos, a gente\n deu treinamento para atendimento de paciente crítico classificação de risco pra\n todos, fizemos avaliação de desempenho junto com a universidade do Canadá, pra\n avaliar o desempenho de cada um e de onde eles precisam melhorar; \n \n Coxim, Nova Andradina nós que construímos, equipamos e damos\n dinheiro para custeio; \n \n Ponta Porã nós reformamos o hospital inteirinho, tá terminando\n agora; \n \n Naviraí a gente reformou todo o pronto socorro e equipou todo o\n pronto socorro; \n \n Corumbá nós estamos começando um plano de apoio lá, isso tudo o\n que aconteceu não vai mudar, porque a gente continua trabalhando, eles estão\n sob intervenção, o Estado tá dando dinheiro e apoio técnico; \n \n Paranaíba também nós melhoramos o financiamento; \n \n Três Lagoas nós vamos tirar a hemodiálise do lado da UTI e fazer\n um anexo e criar uma UTI neonatal; \n \n Corumbá também nós já compramos equipamento e estamos esperando\n eles fazerem a obra para uma UTI neonatal. Então a gente está trabalhando nos\n 18 hospitais. \n \n Aquidauana a gente reformou maternidade, arrumou UTI, arrumou\n hemodiálise, passa dinheiro de custeio. \n \n Então o Estado tem uma ação muito profunda, muito contundente em\n relação aos hospitais, embora ainda continue saindo na mídia os problemas, que\n eles são reais, não são inventados. A gente olhando os indicadores, hoje os\n problemas são menores do que antes. A gente tinha mais problemas antes de\n perder paciente, de não conseguir atender. Mesmo com a superlotação, nós\n estamos dando conta de acolher o paciente de alguma forma. \n \n \n \n \n