Ciência e Saúde
28/02/2013 10:18:16
Saúde lança campanha para diagnosticar hanseníase em estudantes
Mais de 9,2 milhões de estudantes de escolas públicas serão avaliados para diagnóstico precoce de hanseníase e verminoses em 800 municípios brasileiros.
Ministério da Sáude/LD
\n \n Mais de 9,2 milhões de estudantes de escolas públicas serão avaliados\n para diagnóstico precoce de hanseníase e verminoses em 800 municípios\n brasileiros. Entre os dias 18 e 22 de março, agentes comunitários e\n profissionais do Programa Saúde da Família vão visitar as regiões de maior\n incidência da doença em busca de sinais e sintomas. A ação será apresentada\n pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nesta quarta-feira (27) durante\n cerimônia de abertura do Encontro Nacional do Movimento de Reintegração das\n Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), no Rio de Janeiro.\n \n Com o slogan Hanseníase e Verminoses tem cura. É hora de prevenir\n e tratar, a campanha tem como meta identificar os casos suspeitos em\n estudantes de 5 a 14 anos de escolas públicas localizadas em municípios com\n alta carga da doença. O objetivo é aumentar o diagnóstico precoce e identificar\n comunidades em que a hanseníase e verminoses ainda persistem. As visitas às\n escolas, avaliar alunos que apresentem sinais e sintomas das doenças, serão\n realizadas em parceria com estados e municípios. A busca contará com a\n participação de agentes comunitários de saúde e profissionais da Estratégia de\n Saúde da Família. \n \n Durante a campanha, os profissionais estarão atentos também aos\n estudantes que já foram diagnosticados pela doença para garantir o acesso ao\n tratamento e a cura do paciente. Já os casos suspeitos serão encaminhados à\n Rede de Atenção Básica de Saúde para confirmação do diagnóstico e início\n imediato do tratamento. Se a equipe de saúde identificar uma criança ou um\n adolescente com hanseníase é porque tem um caso na sua casa ou na comunidade\n onde ele vive. Certamente este caso ainda não foi detectado pelo Sistema Único\n de Saúde (SUS), mas houve a transmissão para o estudante. A campanha ajudará a\n descobrir comunidades onde ainda há transmissão da doença, adiantou o\n ministro.\n \n A iniciativa também pretende reduzir a carga das verminoses\n (parasitas intestinais conhecidos como lombrigas, que causam anemia, dor\n abdominal e diarreia). Estes parasitas podem prejudicar o desenvolvimento e o\n rendimento escolar da criança. O tratamento será realizado pelos profissionais\n das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Esta ação também prevê a distribuição de\n 10 milhões de cartilhas para orientação de professores e estudantes. \n \n ACADEMIAS DA SAÚDE \n Durante a cerimônia de abertura do Encontro Nacional do Morhan, o ministro\n Padilha assina portaria que destina R$ 1,6 milhão para aquisição de\n equipamentos e materiais para prevenção de incapacidade e reabilitação. Cada um\n dos 10 Centros de Prevenção de Incapacidade e Reabilitação no Brasil vão\n receber R$ 160 mil, em parcela única. Outra iniciativa, voltada para a melhoria\n da qualidade de vida da população acometida pela doença, é a instalação de\n Academias da Saúde em municípios onde se localizam ex-colônias de hanseníase.\n As prefeituras de 30 cidades terão prioridade nos pedidos de construção de\n novos polos do programa, o que corresponderá a um investimento de R$ 4,4\n milhões.\n \n A iniciativa reforça nosso empenho em assegurar a melhoria da\n qualidade de vida da população, sobretudo a mais vulnerável. Essas academias\n vão contribuir para a melhoria da qualidade de vida desta população,\n possibilitando a integração com as comunidades e contribuindo para a eliminação\n do preconceito e do estigma, avalia Padilha. \n \n MELHORIA DO ACESSO \n Iniciativa do Ministério da Saúde que avalia a qualidade do atendimento na\n Atenção Básica, o Programa de Melhoria do Acesso à Qualidade (PMAQ-AB), mostrou\n como está a atuação das Unidades Básicas de Saúde na notificação e diagnóstico\n de hanseníase. Segundo o estudo, 72,6% das UBS possuem ficha de notificação de\n casos, fundamental para oprocesso de identificação de quem contrai a doença,\n para o início do tratamento e para evitar que outras pessoas sejam\n contaminadas. Na avaliação também foi descoberto que 88,7% das UBS podem\n solicitar baciloscopia (exame para diagnosticar a doença), não sendo necessário\n encaminhar ao serviço especializado. Essa iniciativa ajuda no diagnóstico\n precoce e na adesão ao tratamento já que facilita o acesso das pessoas\n acometidas ao serviço de saúde.\n \n O levantamento do PMAQ avaliou 13.195 UBS e 17.100 Equipes de\n Saúde da Família, de 3.933 municípios. Ao todo, foram entrevistados mais de 67\n mil usuários, em um trabalho que envolveu 45 instituições de ensino e pesquisa.\n Neste ano, está previsto o estabelecimento de novos padrões de avaliação para\n todas as equipes, que envolvem o diagnóstico de casos novos de hanseníase e a\n realização de vigilância de contatos intradomiciliares (busca de pessoas com\n hanseníase que moram na mesma residência). Será dada atenção aos municípios com\n maior incidência da doença.\n \n Nas áreas de ex-colônia, serão verificadas as ações de saúde que\n atendam às populações destas áreas - como a disponibilidade de transporte que\n viabilize o atendimento às pessoas acometidas pela hanseníase - e a gestão dos\n casos mais graves, que precisem de atendimento em outros pontos da Rede de\n Atenção Básica.\n \n Ferramenta lançada recentemente pelo Ministério da Saúde, o E-SUS\n (Prontuário Eletrônico) também ajudará na rápida identificação de casos e\n monitoramento do tratamento. As informações registradas no software poderão ser\n acessadas pelos profissionais de saúde.\n \n PREVALÊNCIA O\n Brasil vem avançando para eliminar a hanseníase como problema de saúde pública.\n Um exemplo deste esforço é a melhoria progressiva de todos os indicadores.\n Levantamento inédito do Ministério da Saúde aponta redução de 61,4% no\n coeficiente de prevalência (pacientes em tratamento) entre 2001 e 2011,\n passando de 3,99 por 10 mil habitantes para 1,54. No mesmo período, o número de\n serviços com pacientes em tratamento de hanseníase cresceu 142%, de 3.895\n unidades, em 2001, para 9.445, em 2011.\n \n O levantamento também mostra redução de 25,9% nos casos novos\n entre 2001 e 2011, que passaram de 45.874 para 33.955, respectivamente. Apesar\n dos resultados, existem sete estados que apresentaram, em 2011, coeficiente de\n prevalência acima de três casos por 10 mil habitantes (MT, TO, MA, PA, RO, GO,\n MS). A média nacional é de 1,54/10 mil, o que é bem próxima da meta\n estabelecida pelo Plano de Eliminação da Hanseníase (menos de um caso para cada\n grupo de 10 mil, até 2015). O SUS trabalha para reduzir em 26,9% o coeficiente\n de detecção de casos novos em menores de 15 anos; aumentar o percentual de cura\n (90% dos novos) e examinar 80% dos contatos intradomiciliares dos casos novos\n de hanseníase, explica o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da\n Saúde, Jarbas Barbosa. \n \n O secretário alerta para a importância de as pessoas procurarem o\n serviço de saúde ao aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte\n do corpo, principalmente se essa mancha apresentar diminuição de sensibilidade\n ao calor e ao toque. A hanseníase tem cura e, quando a pessoa começa o\n tratamento, para de transmitir quase que imediatamente. Não é preciso ter\n nenhum tipo de preconceito, alertou Barbosa. O Sistema Único de Saúde (SUS)\n disponibiliza medicamentos gratuitamente para o tratamento e treina os\n profissionais de saúde para o atendimento. A hanseníase é transmitida de pessoa\n para pessoa por quem tem contato muito próximo e prolongado com o doente,\n dentro do núcleo familiar ou da comunidade em que vive. Geralmente, não é\n transmitida dentro de um ônibus ou num local público. A hanseníase tem cura,\n mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio. O tratamento\n é gratuito e eficaz, com duração média de seis meses a um ano. \n \n \n \n \n