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Apesar de ter alguns benefícios, o café não pode ser consumido em excesso por todo mundo. Gestantes, idosos com tendência a desenvolver osteoporose e pessoas com problemas de circulação e gástricos devem ter cuidado com a quantidade de cafeína ingerida todos os dias.
De acordo com a nutricionista Luciane Gonzalez, nas gestantes o café pode influenciar no peso e no nascimento prematuro do bebê. “Nas gestantes os efeitos adversos da cafeína sobre o feto aparecem em questões como baixo peso, prematuridade ou retardo de crescimento intrauterino”, explica.
Neste caso, recomenda-se que a mulher restrinja o consumo a no máximo 4 xícaras pequenas diárias. “Considerando-se a ausência de estudos em longo prazo e de resultados mais precisos que verifiquem a interação da cafeína com outras drogas, que induzem a constrição dos vasos sanguíneos no feto, recomenda-se que durante a gestação a mulher restrinja a 4 xícaras diárias seu consumo de café, principalmente por existir o risco de aborto espontâneo no primeiro trimestre entre gestantes com consumo elevado de cafeína”, frisa.
Na amamentação, o café não é tão nocivo. “A ingestão de cafeína por mães que amamentam não foi contraindicada pela Academia Americana de Pediatria. A velocidade de remoção da cafeína é muito lenta do leite materno, por isso aconselha-se a planejar a quantidade de café que a mãe vai ingerir para que não ultrapasse 3 xícaras de 100 ml diárias. A ingestão excessiva pode provocar insônia e irritabilidade no bebê”, frisa.
Metabolismo ósseo
Em pessoas idosas, estudos apontam que a cafeína pode influenciar no risco de perda de densidade óssea. “Muitos estudos sobre a cafeína e metabolismo ósseo foram realizados em mulheres idosas que apresentam fatores de risco para a perda de densidade óssea como, por exemplo, o sedentarismo e depleção hormonal”, ressalta. Um grande consumo de café pode prejudicar a absorção de cálcio nos ossos e, consequentemente, leva a redução da massa óssea e aumento do risco de fraturas.
Uma forma de prevenir isso é a prática de atividades físicas, principalmente de força e impacto. “Na prática de atividade física existe uma estimulação mecânica sobre o tecido ósseo que parece favorecer a atividade osteoblástica e a sobrevida de osteócitos, além de aumentar a densidade óssea mineral que pode antagonizar à perda de cálcio induzida pela cafeína”, frisa.
Gastrointestinal
Esse já deve ser conhecido da maioria das pessoas que sofrem com problemas gastrointestinais. O café em excesso é capaz de irritar a mucosa gástrica e deve ser consumido com muita cautela, principalmente por pessoas que desenvolveram gastrites ou úlceras.
Além disso, a cafeína ainda pode ser capaz de favorecer o aparecimento de celulites. “Ele é vasoconstritor, ou seja, diminui o calibre das artérias, favorecendo a má circulação e por isso contribuindo para o surgimento da celulite. Neste caso, o ideal é substituir o café pelos chás, por serem digestivos e antioxidantes”, acredita Luciane.