NM/PCS
Uma atividade para "rabiscar" um dos cavalos da Sociedade Hípica de Brasília, durante uma colônia de férias, na última semana, gerou polêmica. Crianças foram autorizadas pelos monitores para desenhar o animal, prática considerada pedagógica pela hípica. Por outro lado, ONGs de direitos dos animais condenaram a ação e assinalaram como maus-tratos.
Apesar de verificar que o cavalo estava em boas condiões após a atividade, os responsáveis foram notificados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e terão que apresentar o programa pedagógico. Só depois é que o órgão tomará a decisão se autua ou não a hípica.
"Eles tiveram a brilhante ideia de colocar o cavalo como tela de pintura, dizendo que seria atividade pedagógica. Disseram que era um cavalo resgatado, mas isso não justifica. A crueldade é a mesma", declarou ao G1 a advogada e ativista Ana Paula Vasconcelos, que compartilhou a imagem.
Procurado pela reportagem, o responsável pelo marketing da Escola de Equitação da Hípica, Muriell Marques, esclareceu que a pintura é atóxica e não faz mal ao cavalo nem à criança. "Isso se usa muito lá fora, ainda está chegando no Brasil, que é a pintura atóxica. Depois, a gente leva o animal para ser lavado e a própria criança ajuda a lavar", afirmou. "É visível que o animal está tranquilo, que não estava estressado", disse.
A brincadeira foi uma das atividades de equoterapia na colônia de férias da Hípica. De acordo com a escola, ela incentiva a interação da criança com o animal, e foca em jovens com medo ou que tenham necessidades especiais.
Fiscais do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) foram à escola e observaram a situação do cavalo. "Segundo os fiscais, não foram configurados maus-tratos e o animal estava em boas condições", informou o Ibram, por meio de nota.