ABr/PCS
Espirros e coriza, sintomas comuns de uma alergia, passaram a preocupar pessoas alérgicas com a chegada da pandemia do novo coronavírus. Reações que podem ser facilmente vinculadas a uma alergia, também podem indicar o risco de contágio pelo novo coronavírus e o desenvolvimento da covid-19. Aos primeiros sintomas, a orientação é procurar um especialista para identificar o problema.
Nesse contexto atípico de pandemia, cuidados com as alergias devem ser maiores. Esse é o alerta da Associação Brasileira de Alergias e Imunologia (Asbai), que marca hoje (8) o Dia Mundial da Alergia. Até domingo (12), a Asbai promove a Semana de Alergias 2020. A iniciativa reúne diversos tipos de atividades de conscientização sobre as métodos de prevenção e tratamento em relação a essa condição de saúde.
A médica e coordenadora da Comissão de Assuntos Comunitários da associação, Fátima Emerson, destaca que a coincidência dos sintomas de alergias, especialmente respiratórias, e da covid-19 requer atenção especial. A rinite, por exemplo, vem acompanhada de espirros, coriza e coceira no nariz. Já a asma pode ter como manifestação a falta de ar e o cansaço.
Todos esses são sintomas apontados por médicos como indicativos da infecção pelo novo coronavírus. Emerson acrescenta que em alguns casos, sintomas de alergias de pele, como urticária, também já foram detectados em pacientes com covid-19. Por isso, a recomendação da associação da área é buscar a orientação de um médico sobre qual o encaminhamento mais adequado.
“A grande dificuldade é diferenciar se o paciente com asma está numa crise ou com a covid-19. O ponto de equilíbrio é que é o difícil. Por isso, a orientação médica é o ideal. O advento da telemedicina facilitou isso. As vezes, pela descrição podemos orientá-lo”, comenta a médica.
Apesar dos cuidados redobrados, nos materiais e atividades virtuais realizados nesta semana, a Asbai buscou tranquilizar pacientes com alergias porque, a despeito da confusão dos sintomas, essa condição não é um agravante ou facilita o contágio pelo novo coronavírus. “As próprias vacinas usadas podem ser mantidas porque não causam aumento do risco e não implicam maior gravidade caso o paciente tenha covid-19”, explica.
Mas há cuidados necessários. Aqueles com alergia a medicamentos devem informar os médicos caso necessitem de tratamento. Pessoas com alergias de pele podem ter impacto no uso constante de álcool em gel ou outros produtos de desinfecção. “É importante que essas pessoas usem sabonetes adequados para conseguir enfrentar todas essas agressões”, sugere a profissional.
Quem tiver dermatite de contato pode apresentar dificuldade no uso de alguns materiais necessários neste momento, como máscaras e luvas. Por isso, é importante recorrer a alternativas que garantam a proteção sem provocar reações alérgicas.
Outro efeito é a ativação das manifestações alérgicas em razão da ansiedade estimulada pela situação excepcional no contexto da pandemia, como a necessidade de isolamento social. “Tem gente que tem dor de cabeça, e tem gente que pode agravar a alergia”, diz Emerson.
Em todos os casos em que houver presença de alergia, a recomendação da Asbai é de que o tratamento seja feito de forma continuada, e não somente durante as crises.
Com informações da Agência Brasil