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A rede social Facebook revelou nesta terça-feira (19) que não recebeu qualquer denúncia vinda de quem viu ao vivo o vídeo do ataque terrorista em Christchurch, na Nova Zelândia, que fez 50 mortos, e que agiu imediatamente depois de notificada pela polícia.
A rápida difusão do vídeo pelas redes sociais suscitou várias críticas à moderação do conteúdo de sites como o Twitter, o Youtube e particularmente o Facebook, criticado por não ter sido capaz de deletar rapidamente o conteúdo do vídeo e retirá-lo de imediato.
A rede social revelou ainda novos detalhes acerca da resposta que deu à publicação do ataque terrorista, divulgando que o vídeo ao vivo publicado pelo autor do atentado, com cerca de 17 minutos, apenas foi denunciado 12 minutos após o fim do ataque.
"Nenhum utilizador que viu o vídeo ao vivo o reportou", tendo sido visto cerca de 4.000 vezes no total antes de ser removido", disse o conselheiro-geral do Facebook, Chris Sonderby, acrescentando que a equipe eliminou o vídeo poucos minutos depois de ser notificada pela polícia.
O Facebook indicou no domingo que eliminou 1,5 milhões de vídeos que mostravam o ataque terrorista apenas nas primeiras 24 horas, dos quais 1,2 milhões foram removidos da plataforma antes que os utilizadores pudessem vê-lo, o que significa que 300 mil cópias foram publicadas na rede antes de serem retiradas pela equipe do Facebook.
Um vídeo divulgado anteriormente pela equipe do Facebook mostrou que a rede social utiliza inteligência artificial para deletar conteúdo censurável e, ao mesmo tempo, conta com as denúncias do público para retirar conteúdo que viole os seus padrões. Essas denúncias são posteriormente enviadas para revisores humanos, que decidem o que deve ser feito.
Nesta terça-feira (19), a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, confessou a sua frustração em relação ao fato de o vídeo ter permanecido online durante dias após o ataque, acrescentando que a responsabilidade desta situação recai sobre a equipe do Facebook.
Brenton Tarrant, um australiano de 28 anos e que está em prisão preventiva, é o suspeito de ser o responsável pelos ataques às mesquitas Al-Noor e Linwood, na sexta-feira passada, que fizeram 50 mortos e quase meia centena de feridos.