Terra/PCS
Para o filósofo holandês Koert van Mensvoor, o homem se encontra em uma situação de encruzilhada no que diz respeito ao desenvolvimento e uso da tecnologia. Segundo ele, o homem pode fazer com que sua relação com a tecnologia se transforme num sonho ou num pesadelo.
No cenário do pesadelo, a tecnologia possui um efeito parasita nos seres humanos e nos tornamos a primeira espécie a causar seu próprio fim. No do sonho, a tecnologia está baseada nas necessidades humanas como ponto de partida e, na verdade, é usada para criar um mundo mais natural, um caminho recompensador para todo o planeta.
Suas reflexões integram uma carta aberta publicada nesta quinta-feira (20). Em 'Carta para a Humanidade', em apoio ao Dia Internacional da Terra, Van Mensvoort fala sobre os perigos da humanidade se tornar escrava e vítima de sua própria tecnologia. Mas ao mesmo tempo, chama atenção para o emprego da mesma a fim de aprimorar a raça humana. Segundo o filósofo, há dois caminhos possíveis.
“Onde fica exatamente a fronteira entre as tecnologias que facilitam a nossa humanidade e aquelas que nos encaixotam e roubam o nosso potencial inato?”, questiona.
Van Mensvoort é o principal nome por trás da Next Nature Network, fundação que explora e visualiza até que ponto estamos rodeados por uma tecnologia que está se tornando nossa “próxima natureza”.
No documento, ele descreve como o homem entrou em uma nova fase evolucionária e que, além de criar a biosfera, atualmente também criou a suposta tecnosfera. Seu impacto é semelhante à evolução dos animais há 500 milhões de anos, compara. "Sua presença está transformando a face da Terra de maneira tão profunda que ainda será evidente daqui a milhões de anos".
"A tecnologia é o autorretrato da humanidade. É a materialização do engenho humano no mundo físico. Vamos fazer uma obra de arte de que nos possamos orgulhar. Vamos usar a tecnologia para construir um mundo mais natural e traçar um caminho para o futuro, que funcione não só para a humanidade, mas para todas as outras espécies, o planeta e, finalmente, o universo como um todo", reflete Van Mensvoort.
Endereçada a todas as 7 bilhões de pessoas na Terra, a carta do filósofo foi traduzida em 25 idiomas, incluindo o português.