G1/PCS
A atriz Giselle Itié considera um absurdo a censura das fotos nuas que ela têm postado em seu perfil no Instagram nos últimos dias. As imagens mostram a atriz de longe e de perfil, dentro do mar de Fernando de Noronha, e têm sido denunciadas por usuários da rede social.
"Eu fiquei indignada. Vivemos em uma sociedade reprimida e oprimida pelo patriarcado", ela diz em entrevista ao G1 por telefone.
**"A imagem é o contorno de um corpo. Eu estou de olhos fechados, não há mamilo, não há detalhe. (...) Nada está sendo mostrado. Por que as pessoas perdem seu tempo denunciando?"**
Giselle conta que ela e a amiga fotógrafa Maíra Kellermann fizeram um ensaio fotográfico sobre "a liberdade da mulher na natureza", num projeto pessoal das duas. Kellermann também postou as fotos em seu perfil no Instagram. As imagens seguiam no ar até a noite de sexta-feira (11).
"Isso é a liberdade da mulher, de ser quem ela quer ser, de fazer o que tem vontade. Nosso corpo é uma extensão de quem somos. Não deveria ofender ninguém. Nada está sendo sexualizado, não existe essa conotação", ela conta.
A atriz também diz que recebeu mensagens de mães que tiveram fotos excluídas do Instagram porque apareciam amamentando os filhos, uma polêmica antiga na rede social sobre cliques com mamilos aparentes.
"Na verdade, está mais no olhar e na imaginação da pessoa que está denunciando do que no que de fato está ali", afirma Giselle Itié.
**"Por que o Instagram libera fotos da 'Playboy', que realmente sexualizam o corpo, e não deixa de uma mulher no fundo do mar?"**
No segundo item dos termos básicos de uso do Instagram consta que o usuário "não pode publicar fotos ou outros tipos de conteúdo por meio do serviço que sugiram violência, nudez, nudez parcial, discriminação, atos ilegais, transgressões, ódio, pornografia ou sexo".
Giselle Itié diz que entende as regras do aplicativo, "até porque crianças e adolescentes entram". Mas acredita que a rede social deveria fazer uma reflexão sobre o que seria essa nudez proibida.
**"É claro, se tem uma mulher de pernas abertas, sexualizando, eu acho desnecessário. Porque existem pessoas que ainda estão em formação. Mas a partir do momento que não está objetificando o corpo da mulher, deveria ser liberado. A gente está falando de um corpo!", ela diz.**