CE/PCS
Seis meses depois de assumir o mandato de prefeito de Ivinhema pela segunda vez, o digital influencer Juliano Ferro (PSDB) deu uma bronca pública e um “chega pra lá” em sua vice, professora Angela Casarotti Cardoso (PP), classificada por ele como uma espécie de “zero à esquerda”.
E ao contrário do que normalmente ocorre no mundo político, onde os desentendimentos são abafados e raramente chegam ao conhecimento público, o rompimento do auto-entitulado “prefeito mais louco do Brasil” com sua vice foi anunciado aos quatro cantos, por meio da rede social Instagram, na qual ele tem 983 mil seguidores. Outros 313 mil seguidores ele tem no Facebook. Somente os prefeitos de Recife e de Sorocaba têm mais seguidores que Juliano Ferro.
Na manhã desta quarta-feira ele divulgou um vídeo com mais de três minutos reclamando do fato de sua vice ter se reunido, na noite anterior, com vereadores e servidores da área da saúde para prometer que estaria providenciando melhorias salariais para agentes comunitários de saúde e enfermeiros.
De acordo com Juliano Ferro, horas antes ele já havia se reunido com vereadores e definido os rumos da negociação com os servidores. Além disso, fez questão de destacar que não está mais alinhado politicamente com sua vice.
O “mais louco do Brasil” entendeu que foi desrespeitado por ela e por conta disso deixou claro que “a atribuição do vice é ficar na dela e esperar a ausência, a morte ou o afastamento do chefe do Executivo. Do contrário, o vice não tem atribuição…”, fez questão de afirmar mais de uma vez.
Durante sua primeira gestão, o prefeito raramente utilizava suas redes sociais explicitamente para suas atividades políticas. Neste ano, porém, já fez reclamações públicas relativas ao repasse de recursos estaduais para a saúde do município e seguidamente faz questão de frisar que pretende ser governador.
Ao mesmo tempo, porém, tem uma série de publicações nas quais faz elogios e agradecimentos ao atual governador, Eduardo Riedel (PSDB), que pretende disputar a reeleição para o chefia do Executivo estadual no próximo ano. Por conta disso, diz que, no mais tardar, seria candidato ao Governo em 2030.
OUTRA POLÊMICA
A "briga" com a vice veio a público horas depois de o Tribunal de Justiça ratificar, nesta terça-feira (01) o veto ao aumento do salário de Juliano Ferro, da vice e de todo o primeiro escalão da administração municipal.
Em julho do ano passado a Câmara elevou seu salário de R$ 19,9 mil para R$ 35 mil. Porém, o Tribunal acatou argumento de que este reajuste foi aprovado em período eleitoral e por isso manteve decisão da primeira instância barrando o aumento.