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A promiscuidade pode provocar desaceleração na evolução das espécies, diz pesquisa. Em estudo realizado com uma espécie de pássaro que pode ter um ou vários parceiros diferentes, cientistas descobriram que os indivíduos monogâmicos são mais bem sucedidos – e o mesmo pode se aplicar aos humanos.
Analisando o DNA de 79 populações diferentes em 10 espécies, um time internacional de cientistas descobriu que, ao contrário do que se pensava, a promiscuidade reduz a variabilidade genética.
Isso porque os pássaros que encontram um parceiro e vão sempre para o mesmo lugar de coito se adaptam melhor ao ambiente local do que aqueles que estão sempre com uma nova companhia. Esse fenômeno também pode acontecer em outras espécies.
“Em termos de diversificação genética, eu consigo ver o mesmo acontecendo com humanos”, disse o autor da pesquisa, doutor Tamas Szekely, da Universidade de Bath, ao “Daily Mail”. Os cientistas analisaram a estrutura genética de populações costeiras para verificar quanto haviam evoluído com o passar do tempo.
O time percebeu que as espécies polígamas, que procriam com vários parceiros durante a temporada, são menos diversas geneticamente quando comparadas às espécies monogâmicas, que tem um único parceiro ao longo da temporada. A nova descoberta contradiz a teoria que diz que as populações evoluem através da relação entre indivíduos com diferenças genéticas.
“Nossas descobertas sugerem que por causa da pressão para encontrar mais de um parceiro, pássaros costeiros polígamos procuram por grandes áreas e espalham seus genes pelo caminho”, disse outra autora do estudo, Josie D’Urban Jackson.
“Isso significa que eles misturam a 'piscina genética', diluindo qualquer diferença entre espécies com localizações distantes, então é menos provável que as populações se diversifiquem em novas espécies com o passar do tempo”, completou Jackson. Em contraste, as espécies monogâmicas só precisam achar um companheiro e tendem a voltar ao mesmo local para procriar todo ano.
Com os humanos, a variabilidade genética pode sofrer os mesmo impactos com a promiscuidade. “Populações mais monogâmicas podem ter um menor fluxo de genes entre comunidades vizinhas”, disse Szekely. “Isso pode dar origem a um padrão semelhante ao observado nos pássaros”.