Exame/PCS
Você pode até não ter ouvido falar em consciência social, mas provavelmente sabe reconhecer quando está diante de alguém com essa habilidade.
São aquelas pessoas que parecem ler os pensamentos dos outros, que percebem qual a melhor hora para fazer piada e rir junto com alguém e qual o momento de falar sério ou de apenas ouvir.
Segundo Travis Bradberry, um dos autores do livro Inteligência emocional 2.0 (HSM), a consciência social é a faceta da inteligência emocional que se volta para o exterior. É a capacidade de observação e reconhecimento das emoções de indivíduos e também de grupos, uma destreza que permite ajustar o comportamento adequando-o ao clima daquele instante.
Quem tem consciência social sabe a hora certa de pedir um aumento ao chefe, por exemplo, e consegue ter a presença de espírito de adiar uma conversa difícil ao reconhecer que o seu interlocutor está no limite das emoções.
Mas em um mundo em que as pessoas parecem não ouvir, apenas aguardar a sua vez de falar, essa competência está comprovadamente em falta, afirma Bradberry em texto publicado na plataforma Pulse do LinkedIn. Com o foco voltado para nós mesmos, perdemos completamente a capacidade de enxergar o outro.
“Não podemos esperar entender alguém até que voltemos toda a nossa atenção em sua direção”, escreve Bradberry. Segundo ele, a vantagem de estimular a consciência social é que pequenas correções de rota melhoram drasticamente o relacionamento com as outras pessoas.
Entre as pequenas adaptações com grande poder de resultado, ele indica riscar algumas frases do vocabulário. Pessoas com inteligência emocional certamente evitam expressões que podem ofender seus colegas de trabalho, chefes e subordinados, por exemplo. Reunimos algumas que podem atrapalhar especialmente seus relacionamentos profissionais:
“Você sempre” ou “Você nunca”
Frases definitivas deixam as pessoas na defensiva e criam um obstáculo para que elas escutem a mensagem que você quer transmitir, diz Bradberry.
Atenha-se aos fatos, sugere o autor de Inteligência Emocional 2.0. Se a frequência da atitude que o incomoda é uma questão você pode sempre dizer: “parece que você faz isso frequentemente” ou “ Você fez isso o bastante para que eu percebesse”, indica.
“Como eu já tinha dito”
Essa frase dá destaque para o fato de que a informação está sendo repetida e pode sugerir que isso o aborreceu. Sentir-se ofendido por ter que dizer algo já mencionado revela insegurança ou arrogância, ou as duas coisas, segundo o autor.
Ao repetir uma informação certifique-se de que está sendo mais claro do que da primeira vez, escreve Bradberry.
“Boa sorte”
“Essa é sutil. Certamente não é o fim do mundo desejar sorte a alguém mas você pode fazer melhor já que essa frase traz implícita a ideia de que as pessoas precisarão de sorte para ter sucesso”, diz o especialista.
Certamente trocar o boa sorte por “ tenho certeza de que você tem o que é preciso para chegar lá” vai aumentar o nível de confiança de quem recebe a mensagem.
“Você que sabe” ou “O que você preferir”
É inegável a aura de indiferença que paira na conversa quando um dos participantes solta frases como essas duas.
Sua opinião é importante para quem a pede, diz Bradberry, por isso esforçar-se para fazer alguma consideração sobre o que foi dito mostra que você se importa com o interlocutor.
“Pelo menos eu nunca”
Essa frase é carregada da agressividade típica de quem prefere apontar o dedo para o erro alheio na tentativa de tirar a atenção dos próprios equívocos.
Admitir erros é o melhor jeito de evitar que uma discussão tome proporções maiores, na opinião do especialista. Você pode substituir a frase acima por um pedido de desculpas e levar a conversa na direção de um possível entendimento.