Wellington André Rodrigues dos Santos, de 21 anos, e Sebastião Conceição de Oliveira, de 25 anos, envolvidos na morte do adolescente Ozéias Teixeira Vicente, de 17 anos, ocorrida no dia 28 de janeiro deste ano na Vila do Pequi, foram levados a júri popular na tarde desta (09). Ambos foram condenados pelo crime e somadas as penas totalizam 10 anos, porém a partir de agora eles poderão recorrer da sentença em liberdade.
Durante o julgamento, Wellington reforçou a tese de que executou Ozéias para defender a família que vinha sendo ameaçada por ele, através de mensagens de celular e ligações. Segundo Wellington, tudo piorou após a morte da mãe do rapaz, “na noite em que ela morreu, ele me ligou dizendo que a partir daquele momento se ele não entrasse na minha casa e matasse eu, minha esposa e meus filhos, ele não se chamava Ozéias”.
Wellington também disse que se arrepende do crime, que preferia estar trabalhando e cuidando dos filhos. As alegações dele não convenceram completamente o júri e Wellington foi condenado, mas vai responder pelo homicídio em liberdade.
Já Sebastião, que teria dado uma carona a Wellington até a casa onde Ozéias estava, na Vila do Pequi, alegou que não sabia que o amigo planejava a execução.
“Encontrei com Wellington seguindo a pé com um capacete na mão, ele disse que ia ver uma moto pra trocar num carro e precisava da carona, ele indiciou o caminho, me pediu pra parar na esquina, poucos segundos depois ouvi os barulhos que pareciam mais fogos de artifícios e depois ele voltou apressado dizendo para tirar ele dali e o deixei em casa”.
Sebastião, que também estava preso desde que se apresentou a polícia alguns meses após o crime, também foi condenado pelo envolvimento no homicídio e assim como Wellington passará a responder o processo em liberdade.
A sessão foi presidida pela magistrada titular da Vara Criminal da Infância e da Juventude Tatiana Dias de Oliveira Said e teve como advogados de defesa Cleidomar Furtado, Diego Francisco Alves, além do defensor público Giuliano Stefan Ramalho de Sena Rosa. A acusação ficou a cargo do promotor de justiça José Arturo Iunes Bobadilha Garcia.
O crime
No dia do crime, Ozéias estava tomando café embaixo de uma árvore, nos fundos de casa quando foi alvejado a tiros por Wellington André Rodrigues dos Santos, de 21 anos, que chegou no local com um capacete na cabeça dizendo “Ozéias eu vim cobrar aquela bronca”.
Segundo testemunhas, após os disparos o autor fugiu do local num GM Corsa prata, com outros dois indivíduos que já o aguardavam para dar fuga. Wellington foi preso por policiais civis minutos após o crime em sua residência, localizada no bairro Senhor Divino.
Ele alegou que matou para proteger os filhos um menino de 2 anos e uma menina de apenas 8 meses, já que toda família era ameaçada constantemente por Ozéias. A arma usada no crime estava enterrada num terreno baldio na Vila Bela, nos fundos da Escola Clarice Rondon. Junto com o revólver estavam seis cápsulas calibre 38 deflagradas e uma intacta.
Cerca de um mês após o crime, a Polícia Civil prendeu Alexandre Silva Reis, de 19 anos, que estava no carro e ajudou a dar fuga para Wellington, porém ele foi inocentado das acusações durante o processo. As investigações comandadas pelo Delegado Gustavo Mussi, também chegaram ao nome de Sebastião, e constataram que ele era quem conduzia o GM Corsa prata no momento do crime.
Com um mandado de prisão preventiva em aberto, Sebastião se apresentou na Delegacia de Polícia Civil e foi preso.