Assessoria/AB
Apontar soluções e ações de curto, médio e longo prazo, de forma conjunta e integrada para tratar do problema do assoreamento do Rio Taquari e estimular o uso de práticas modernas e sustentáveis para alavancar o desenvolvimento da região. Essa é a proposta do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Taquari, cujo embrião foi lançado em reunião realizada na terça-feira (25) na Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (Semade) e coordenada pelo secretário Jaime Elias Verruck.
O encontro contou com apresentação feita pelos pesquisadores Ivan Bergier e Carlos Padovani, da Embrapa Pantanal, que falaram sobre os aspectos históricos e geológicos da região do Taquari. Também participaram o diretor de Licenciamento do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Ricardo Eboli, o secretário de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf), Fernando Mendes Lamas, o secretário de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente de São Gabriel do Oeste, Leo Luis Grison e representantes do Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Taquari (Cointa), de Coxim.
“No dia 21 de agosto, quando estivemos em Corumbá, nós trataríamos desse assunto com os pesquisadores da Embrapa Pantanal. Por conta das várias agendas que fizemos durante o Festival América do Sul Pantanal, marcamos um novo encontro, em Campo Grande. Após várias horas de discussão vimos que informação e diagnóstico nós já temos. O que precisamos agora é, de fato, elaborar um conjunto de ações a curto, médio e longo prazo para apontar soluções para o problema do assoreamento. Vamos transformar essa ação no Rio Taquari em uma política pública. Será criado um grupo intersecretarias, tendo a Semade na coordenação, agindo em conjunto com a Sepaf, Seinfra, Imasul e a Embrapa”, disse o secretário.
De acordo com Verruck, a proposta, batizada inicialmente de Programa de Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Taquari só terá êxito se for executada de forma conjunta e integrada. “Ela terá de contar com um ator importantíssimo nessa discussão: o produtor rural. Sem a participação dos sindicatos rurais, não vamos conseguir resolver a situação da região. Os produtores precisam assimilar e investir em modos de produção mais rentáveis e que contribuem efetivamente na solução. E nós, no governo, temos de apresentar estratégias, linhas de financiamento e crédito para isso. Esse é um dos papéis do governo do Estado, o de oferecer condições para que os produtores possam contribuir de uma maneira efetiva. Nós temos de oferecer as intervenções que forem necessárias, para isso vamos buscar parcerias e modelos junto ao Ibama, MPF e outros atores”, lembrou.
Instrumentos Durante a reunião foram destacados alguns instrumentos que já estão à disposição do governo do Estado e que podem contribuir nos trabalhos. Um deles é o Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Nós acreditamos que assim que assim que finalizarmos o CAR, por meio das imagens que devem ser informadas no cadastro, o Imasul terá um importante instrumento para nos auxiliar a mapear as áreas prioritárias . Por isso, convocamos todos os produtores, do Planalto e Planície, a realizarem seu cadastro até 5 de maio de 2016”, lembrou o diretor de Licenciamento do Imasul, Ricardo Eboli.
Outra vertente, segundo Verruck, é o investimento em novas técnicas de produção. O governo do Estado irá lançar nos próximos dias o Programa Estadual de Recuperação de Pastagens Degradadas. “Pelo que nos foi apresentado na reunião, a grande atividade das fazendas do Planalto, envolvida no processo de degradação, é a pecuária. O secretário Fernando Lamas já nos afirmou que a prioridade do programa será a região do Planalto. Outra linha é a utilização de práticas mais modernas e sustentáveis. É onde entram as tecnologias e know how da Embrapa. Nós acreditamos que a integração pastagem-floresta pode gerar uma grande contribuição na contenção do processo erosivo na região”, finalizou o secretário.