Coxim
11/04/2014 07:00:43
No aniversário de Coxim, moradores revelam sentimentos a espera de um futuro melhor
Foi um dia intenso de produção, mas, o Edição de Notícias encontrou sentimentos em todas as regiões da cidade.
e Luma Danielle
Foi um dia intenso de produção, mas, o Edição de Notícias encontrou sentimentos em todas as regiões da cidade. Não faltou gente querendo falar um pouquinho de Coxim, que nesta sexta-feira (11) completa 116 anos de uma bela história. Há quem tenha olhos para a natureza, outros valorizam a vida pacata na cidade pólo da região norte, porém, também encontramos aqueles que sonham com um mundo melhor... Na verdade, o que não falta é gente que deseja apenas um bairro melhor. A diversidade de opiniões foi encontrada na mesma residência, onde moram o trabalhador rural Jurandir Manoel Fernandes, de 50 anos, e a dona de casa Arilene de Souza e Silva, de 51 anos, casados há 30 anos. Arlilene, nascida e criada em Coxim, explica que anseia por melhorias em seu bairro, como por exemplo, o asfalto, já que a comunidade do bairro Piracema sofre há anos durante o período das chuvas. Já Fernandes, que adotou Coxim como sua terra de coração, é mais paciente e lembra que a atual gestão recebeu a cidade como um verdadeiro buraco e que neste último ano vem tentando tapá-lo aos poucos. Ele conta que apesar de trabalhar em fazenda não trocaria o município de Coxim por nenhuma outra cidade, apesar das dificuldades encontradas por aqui, eu já fui embora e só quem morou fora entende o desejo grande de voltar para casa, não troco mais essa terra por nada, completou Fernandes. Opinião semelhante a do trabalhador rural nossa reportagem encontrou as margens do rio Taquari, o principal cartão postal de Coxim. É contemplando uma das maiores riquezas da cidade que o pedreiro paulista Paulo Sergio Kieres, de 31 anos, recém chegado em Coxim, passa o seu horário de almoço. Trabalhando na cidade há cerca de três meses, ele disse que a tranquilidade em Coxim é impagável, em São Paulo eu nunca conseguiria almoçar em um lugar assim sem correr o risco de ser assaltado ou sendo perturbado pelo barulho do tráfego da cidade grande, aqui ganho a metade de uma diária como pedreiro na capital paulista, mas me senti acolhido neste município, o que pra mim não tem preço.nbsp; Questionado sobre algo negativo na cidade, ele logo sorriu e disparou tá difícil arrumar namorada. Ouvindo o relato do companheiro de trabalho, o também pedreiro Antonio Geraldo Almeida, de 65 anos, morador do bairro Nova Coxim, fez questão de participar da entrevista e falar do orgulho que sente em viver no município há 30 anos. Coxim sempre foi bom, pra mim tudo aqui é bom de mais, que venham mais 116 anos comemorou Almeida. No Jardim do Pequi 2 o sentimento era outro. Na rua Piúva nossa reportagem se deparou com o comerciante João Lucio de Lima, de 38 anos, que estava falando ao celular. Até aí tudo bem, se Lima não estivesse atolado de bicicleta em dos inúmeros buracos da rua. E ele desabafou: O que tem pra ser comemorado em Coxim? O que poderíamos comemorar é o aniversário dos buracos da cidade. Demorei 10 anos para abrir meu próprio negócio, me preocupei com o bom atendimento, com a qualidade dos meus produtos, mas a rua afasta meus clientes. O comerciante conta que já pediu ajuda duas vezes da prefeitura, pediu apoio de um vereador, mas no fim das contas, mandou arrumar a rua duas vezes com recursos próprios. nbsp; Moradora do bairro Vila Bela, a frentista Maria de Fátima Neto, de 24 anos, também reclamou, principalmente do uso de recursos públicos para celebrar o aniversário da cidade, mas não foi uma crítica em vão, pois ela justificou: enquanto isso os moradores do meu bairro padecem sem asfalto e saúde de qualidade. Para ela, o dinheiro gasto no aniversário da cidade deveria ser aplicado em recapeamento das ruas e na qualidade da saúde que é fora de sério no seu bairro, vivo aqui há 16 anos, e assisti Coxim estagnar nos últimos cinco, sem dar um passo à frente sequer, emendou Maria de Fátima. Já o radialista Luciano Alves dos Santos, de 21 anos, encara os problemas de infraestrutura com mais naturalidade e afirma que a população de Coxim tem muito que comemorar. Os rios, a fauna, a flora, o turismo, as novas oportunidades para a educação, que são cada vez melhores, são motivos que o fazem celebrar esse 116° aniversário. De dar inveja é a alegria aliada a disposição do idoso Agapto Guedes, de 82 anos, com quem nos deparamos empurrando um carrinho de picolé pelas ruas da cidade, trajeto que ele repete há 10 anos. Nem mesmo o sol quente tira o humor de quem já poderia estar vendo a vida passar sentado embaixo de uma árvore no quintal de casa. Ele não economiza sorrisos quando o assunto é o aniversário da cidade, dizendo que ouviu na rádio sobre os 116 anos. Estou feliz por viver e trabalhar aqui, ando por estas ruas todos os dias e não pretendo parar tão cedo, Coxim é lugar bom de se viver, finalizou o picolezeiro, deixando sua lição de vida.