\n \n Depois\n de 15 anos tentando, o fotógrafo Roberto Higa assinou nesta semana contrato\n para publicação do primeiro livro da carreira.\n \n Poderia\n ser mais uma obra sobre o Estado, mas tem um valor especial porque ao longo de\n 45 anos de profissão Higa teve sempre os olhos nas transformações de Mato\n Grosso e Mato Grosso do Sul.\n \n “Lembro\n que a gente ia ao bingo e quando o cara estava lá, cantando as pedras, ele\n gritava: Qual é o número de Mato Grosso do Sul? E o povo respondia: é o 44. O\n calibre de revólver porque aqui era terra sem lei”, conta.\n \n Agora\n a briga será para selecionar 250 fotos do acervo de 250 mil, para a publicação\n pela Editora Alvorada, que fechou parceria com o fotógrafo e com o jornalista\n Luca Marimbondo, outro lutador a se dedicar ao projeto.\n \n Além\n de ter comprado a primeira câmera em 1968, ele fotografa sem parar até hoje,\n sempre fotojornalismo. “Fiz poucos casamentos e aniversários na minha vida. Só\n fazia evento quando a coisa apartava”, lembra.\n \n Mesmo\n assim, o fotógrafo jura que não terá tanto trabalho. “Começamos a pensar no\n livro Roberto Higa e 30 anos de carreira. Já passaram 15. Nesse tempo, tenho\n selecionado muita coisa ”, justifica.\n \n Com\n o livro, Luca e Higa querem mostrar com imagem como a região foi se\n transformando. Um dos momentos que vão aparecer com certeza, lembra Higa, é a\n instalação da UFMS em\n Campo Grande, em 1971. “Foi o que fez a cidade mudar a\n mentalidade, crescer. Chegaram muitas famílias”, conta.\n \n Ele\n também cita fatos políticos, de Polícia, os registros dos ciclos das cheias no\n Pantanal e a foto da inauguração da primeira escada rolante, na loja\n Pernambucanas de 14 de Julho, já publicada aqui no Lado B. “Foi um evento”, resume.\n \n Ainda\n não foram divulgados os valores para a publicação do livro. Higa só diz que\n chegou a um acordo bom para todas as partes. “Depois de muita oferta ruim,\n conseguimos algo bom”.