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Os atrasos e problemas técnicos durante a exibição do filme Sobá, Trilhos e Silencio não foram problema para o público que lotou o Teatro Aracy Balabanian na pré estreia do longa-metragem, rodado em Campo Grande, em homenagem ao centenário da imigração japonesa. A direção é assinada por Miguel Horta.
Com uma fotografia linda, de paisagens encantadoras, e uma captação em alta qualidade, o filme conta a história de Elisa, uma cineasta que mora em São Paulo e retorna ao Mato Grosso do Sul a fim de conhecer a história da mãe. A trama para resgatar suas origens acaba ficando em segundo plano e os aspectos que abordam o cotidiano da colônia japonesa e os hábitos culturais no Estado acabam se sobressaindo no roteiro.
O filme, com a duração de 75 minutos, tem três personagens centrais, Elisa, vivida por Tatiany Furuse, que também é produtora do filme; Oshiro, interpretado pelo ator Chao Chen; e Bernardo, vivido por Renato Rabelo, que atua no humorístico Zorra Total. Eles contracenam com muitas pessoas da colônia japonesa que aceitaram participar da produção em homenagear os 100 anos de imigração em Campo Grande.
Quem assiste, gosta do que vê. “Além do entretenimento é informação, pois mostra muito da cultura japonesa”, avalia a professora Regina Rocker, de 42 anos.
Os planos são para levar o filme além de Campo Grande e exibir em salas de São Paulo também.
Em um das cenas, Oshiro prepara um sobá para a Prima Elisa que aprova a iguaria japonesa, adaptada a cultura sul-mato-grossense. Em outra, Bernardo oferece o tereré para ela, e nesses detalhes o filme pode levar um pouco daqui ao Brasil.
O que era para ser um curta, ganhou proporções maiores em pouco mais de cinco meses. O intercâmbio feito com atores do Rio de Janeiro foi proposital, com o intuito de abrir portas, mas não foi tarefa fácil diante da cobrança local.
“Eu senti um bairrismo muito forte, e acredito que nesse caso a gente ganha mais quando divide. Eu ganho o nosso espaço lá com eles e também facilita vender o filme para outros estados”, justifica o diretor. Também compõem o elenco os atores sul-mato-grossenses Espedito di Montebranco, Silvio Mori, Alvaro Soares e Marcelo Benites.
Quem faz uma participação especial na produção é o fotografo Roberto Higa, que interpreta ele mesmo em uma cena. “É a primeira vez que faço um papel em um filme, antes tinha participado de documentário apenas. Vvaleu a experiência”, comenta.
As locações que encantaram a professora Eliane Matos, de 37 anos, uma das pessoas na plateia de ontem à noite, foram feitas também nas cidades de Sidrolândia e Terenos.
O filme explora bem as paisagens de um sitio, o pôr do sol e as características presentes nas fazendas daqui. “Achei lindas as paisagens do filme”, reforça Eliane.