\n \n O\n Ministério da Cultura lançará hoje em São Paulo, em comemoração ao Dia da Consciência\n Negra, editais voltados apenas para criadores e produtores negros. \n \n Anunciados\n há quase um mês pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, os editais dividiram\n opiniões entre acadêmicos e artistas brasileiros. \n \n Enquanto\n parte defende a medida como política de ação afirmativa (a fim de corrigir\n distorções), outros a consideram preconceituosa. \n \n Os\n editais serão lançados na manhã de hoje durante cerimônia no museu Afro Brasil,\n no Ibirapuera, em São Paulo,\n e distribuirão ao menos R$ 4,9 milhões. \n \n No\n mês passado, Marta participou de um debate em São Paulo sobre inclusão\n digital. No evento, a ministra ouviu de um produtor cultural afrodescendente\n que a cultura negra é apoiada pela pasta, mas nem sempre é realizada por negros.\n \n \n Segundo\n ele, produtores culturais negros que buscam recursos na pasta são segregados na\n Fundação Cultural Palmares, ligada à pasta para promover e preservar a cultura\n afro-brasileira. \n \n A\n partir daí, Marta pediu que a Fundação Biblioteca Nacional, a Funarte (Fundação\n Nacional de Artes) e a Secretaria do Audiovisual preparassem editais para\n negros. \n \n Todos\n têm como base o Estatuto da Igualdade Racial e a decisão do Supremo Tribunal\n Federal, em abril deste ano, a favor das cotas na Universidade de Brasília. \n \n Os\n objetivos do ministério incluem a formação de novos escritores, o aumento do\n número de pesquisadores negros, o incentivo à produção audiovisual de jovens\n negros e a ocupação de palcos, teatros e galerias de arte por artistas e\n produtores negros (veja arte acima). \n \n Em\n paralelo ao lançamento dos editais, haverá, a partir das 10h, uma celebração do\n Dia da Consciência Negra no Ibirapuera com atrações e shows -entre os quais o\n do rapper Emicida e o do sambista Martinho da Vila. \n \n REPERCUSSÃO\n \n \n O\n anúncio do lançamento de editais exclusivos para criadores e produtores\n culturais negros, no mês passado, dividiu opiniões entre artistas e acadêmicos.\n \n \n Para\n a atriz e cantora Thalma de Freitas, a medida é necessária e tem "o mesmo\n valor das cotas raciais". \n \n Segundo\n o compositor e escritor Nei Lopes, Estado é obrigado a oferecer esse tipo de\n edital porque "há uma grande “invisibilização” da produção do povo negro\n nos circuitos da ação cultural". \n \n Já\n a apresentadora de TV Glória Maria, que se disse chocada ao tomar conhecimento\n da medida, comparou os editais ao regime de apartheid da África do Sul. "\n É discriminação", disse. \n \n Segundo\n a ministra, os editais "não fomentam o racismo", mas servem para que\n os negros sejam prestigiados na criação e não apenas na temática da produção\n cultural. \n \n nbsp;\n \n \n \n \n