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O período natalino está se aproximando e, com ele, os panetones já preenchem as prateleiras dos mercados e lojas de doces de todo o mundo. Segundo a ABIMAPI – Associação Brasileiras das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos – o bolo típico das festas está presente em mais de 52% dos lares brasileiros e, neste ano, a estimativa é de crescimento de 5% no consumo do item com relação ao ano anterior.
Assim, todos sabemos que o panetone marca a aproximação das festas de final de ano, mas você sabe o porquê consumimos o bolo e qual a sua origem? Segundo o Maestro Giuseppe Piffaretti, fundador da Coppa del Mondo del Panettone, da Itália, o alimento é um bolo típico de Milão e existem muitas lendas com relação a sua origem. A mais famosa diz que sua receita nasceu na corte de Ludovico il Moro, no século XV, onde um cozinheiro da família Sforza queimou, sem querer, um bolo que produzia para o banquete da véspera de Natal.
“Para compensar, o rapaz que trabalhava na cozinha decidiu usar um pão de levedura que ele havia guardado para o Natal. Ele a processou adicionando farinha, ovos, sultanas, frutas cristalizadas e açúcar, obtendo uma massa particularmente levedada e macia”, explica. A criação, assim, foi apreciada pela família, o qual decidiu chamá-lo de “Pan di Toni [possível nome do rapaz]”, do qual derivou o atual panetone.
Entretanto, existem outras lendas com relação a sua criação, mas a única certeza que se tem é a de que ele foi criado durante a Idade Média e que está ligado à tradição de se fazer pães durante o Natal, para que os chefes de família apresentassem seus comensais. “Para os historiadores, a primeira evidência documental da existência do panetone data de 1606”.
A forma atual do panetone foi finalmente concebida nos anos 20, quando Angelo Motta, inspirando-se no kulic, um bolo ortodoxo comido na Páscoa, decidiu adicionar manteiga à receita e embrulhar o bolo em papel palha, tornando-o do jeito que o vemos hoje”, complementa.
O que torna um bom panetone?
“Um bom panetone precisa ter a cúpula alta, com o miolo mais fechadinho, em que a fermentação acontece, mas deixa o miolo cerrado e com a fibra longa e a mordida curta. A presença de umidade também é muito importante para sua qualidade”, explica Rogério Shimura, chef brasileiro que foi jurado durante a Copa do Mundo do Panetone de 2022. Durante a final do evento, que aconteceu neste mês, foram avaliados 24 panetones, dos cinco continentes, todos seguindo a versão tradicional milanês: com laranja, cidra e passas.