Economia
07/08/2014 09:00:00
Bancos públicos têm parte maior em crédito de R$ 6,6 bi ao setor elétrico
Novo empréstimo para distribuidoras terá taxa de juros maior. Bancos públicos terão, em 1º momento, 68% da operação, diz Fazenda.
G1/PCS
O Ministério da Fazenda anunciou nesta sexta-feira (7) que o novo empréstimo\n para as distribuidoras de energia totalizará R$ 6,6 bilhões e que quase 70% do\n valor deverá vir de três bancos públicos (BNDES, Banco do Brasil e Caixa\n Econômica Federal).\n \n O secretário-executivo Paulo Rogério Caffarelli afastou a possibilidade de\n haver novas operações de crédito para o setor elétrico neste ano e acrescentou\n que não estão previstos valores para 2015. "Não teremos mais operações de\n crédito com o setor elétrico em 2014 e não há previsão de nenhuma operação para\n 2015", disse.\n \n Antes do anúncio desta quinta, o empréstimo estava estimado em R$ 6,5\n bilhões. Em abril, foi fechado um primeiro financiamento, no valor de R$ 11,2\n bilhões.\n \n O novo socorro ao setor ajudará a cobrir o aumento do custo da energia para\n distribuidoras. A falta de chuvas neste ano fez com que as empresas tivessem\n gastos extras com a energia mais cara vinda das usinas térmicas e a contratada\n no mercado à vista, onde o preço disparou.\n \n Participação pode mudar
\n Caffarelli explicou que outros bancos privados podem entrar na operação,\n diminuindo a participação dos bancos públicos, mas explicou que isso ainda não\n está fechado.\n \n De acordo com o secretário, seis instituições financeiras privadas não\n tiveram tempo de fechar a operação e pediram um prazo maior. Mesmo assim, a\n primeira parcela dos R$ 6,6 bilhões, cujo valor não foi informado, está\n prevista para ser liberada em 15 de agosto.\n \n "O valor de R$ 6,6 bilhões sob hipótese nenhuma aumenta. Se novos\n bancos entrarem, o sindicato [das instituições financeiras] vai definir no\n final se vai ter ajuste. Podem substituir Caixa e BB, ou privados. Isso se os\n bancos que deram ok quiserem ceder sua parte para outros bancos", declarou\n Caffarelli.\n \n A expectativa inicial é de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico\n e Social (BNDES), que não participou do primeiro empréstimo, de R$ 11,2 bilhões,\n entre com R$ 3 bilhões nesta operação. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica\n Federal, por sua vez, entrariam com mais R$ 750 milhões cada um.\n \n Deste modo, do crédito total de R$ 6,6 bilhões, R$ 4,5 bilhões, ou 68% do\n valor da operação, viriam de bancos públicos. O montante necessário para\n completar o valor total, R$ 2,1 bilhões, virão inicialmente das seguintes\n instituições: Bradesco, Itaú, Santander, BTG Pactual e Citibank.\n \n Taxa de juros subiu
\n No primeiro empréstimo realizado ao setor elétrico neste ano, ainda segundo\n informações do Ministério da Fazenda, os bancos públicos assumiram R$ 5 bilhões\n dos R$ 11,2 bilhões, ou seja, 44,6% do valor total. Na primeira operação, a\n taxa de juros cobrada foi de 1,9% acima do CDI. Nesta segunda operação fechada\n nesta semana, no valor de R$ 6,6 bilhões, os juros ficaram um pouco mais altos:\n 2,35% ao ano mais a variação do CDI.\n \n Risco zero de racionamento
\n O secretário-executivo do Ministério da Fazenda declarou ainda que o risco de\n racionamento de energia elétrica no Brasil, atualmente, é "zero".\n "A gente gostaria de desmistificar um pouco essa história", declarou\n ele, acrescentando que o mercado de energia elétrica é "extremamente bem\n preparado".\n \n Repasse aos preços
\n Questionado por jornalistas sobre qual será o impacto destes empréstimos para\n os preços da energia elétrica, previsto para acontecer a partir do ano que vem,\n Caffarelli, do Ministério da Fazenda, declarou que os reajustes não dependem\n somente das operações de crédito.\n \n "Se vai ter ou não aumento da energia elétrica, não depende apenas do\n empréstimo, mas depende de várias variáveis. Quando a gente trabalha com essa\n equação, recursos estão sendo garantidos por novos encargos. Uma delas é chuva.\n O setor vai ter mais 5 mil megawatts médios no ano que vem", afirmou o\n secretário.\n \n Nesta quarta-feira (6), o Ministério de Minas e Energia reafirmou que os\n empréstimos às distribuidoras de energia elétrica resultarão em aumento de 2,6%\n nas contas de luz em 2015. O reajuste será de 5,6% em 2016, e de 1,4% em 2017.\n \n O cálculo já leva em conta o novo empréstimo que está sendo negociado com\n bancos pelo Ministério da Fazenda, no valor de R$ 6,6 bilhões, em condições\n similares às do primeiro empréstimo de R$ 11,2 bilhões, totalizando uma ajuda\n de R$ 17,8 bilhões.\n \n Térmicas e mercado à vista
\n Dois fatores estão contribuindo para o aumento de gastos no setor: o uso mais\n intenso das usinas termelétricas e a compra, pelas distribuidoras, de energia\n no mercado à vista.\n \n Em situações normais, quase toda a energia consumida no Brasil vem de\n hidrelétricas. No início desde ano, porém, os reservatórios das principais\n usinas do país baixaram muito devido à falta de chuvas e, para poupar água,\n todas as termelétricas disponíveis estão sendo usadas. Porém, como as térmicas\n funcionam por meio da queima de combustíveis (óleo, gás, biomassa), a energia\n gerada por elas costuma ser mais cara e isso impacta a conta de luz.\n \n A queda no nível dos reservatórios também levou a patamar recorde o preço da\n energia no mercado à vista, para onde recorrem as distribuidoras que não têm\n sob contrato, a preços fixos, toda a energia que precisam para atender aos seus\n consumidores.\n \n Pela regra, tanto o custo extra com as térmicas quanto com a compra de\n energia no mercado à vista deveriam ser pagos pelas distribuidoras nesse\n primeiro momento. Depois, elas seriam compensadas nos reajustes que acontecem\n todos os anos. Entretanto as distribuidoras alegaram não ter recursos\n suficientes para pagar as contas bilionárias. Por isso, em março o governo\n anunciou o plano para socorrê-las.
\n Caffarelli explicou que outros bancos privados podem entrar na operação,\n diminuindo a participação dos bancos públicos, mas explicou que isso ainda não\n está fechado.\n \n De acordo com o secretário, seis instituições financeiras privadas não\n tiveram tempo de fechar a operação e pediram um prazo maior. Mesmo assim, a\n primeira parcela dos R$ 6,6 bilhões, cujo valor não foi informado, está\n prevista para ser liberada em 15 de agosto.\n \n "O valor de R$ 6,6 bilhões sob hipótese nenhuma aumenta. Se novos\n bancos entrarem, o sindicato [das instituições financeiras] vai definir no\n final se vai ter ajuste. Podem substituir Caixa e BB, ou privados. Isso se os\n bancos que deram ok quiserem ceder sua parte para outros bancos", declarou\n Caffarelli.\n \n A expectativa inicial é de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico\n e Social (BNDES), que não participou do primeiro empréstimo, de R$ 11,2 bilhões,\n entre com R$ 3 bilhões nesta operação. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica\n Federal, por sua vez, entrariam com mais R$ 750 milhões cada um.\n \n Deste modo, do crédito total de R$ 6,6 bilhões, R$ 4,5 bilhões, ou 68% do\n valor da operação, viriam de bancos públicos. O montante necessário para\n completar o valor total, R$ 2,1 bilhões, virão inicialmente das seguintes\n instituições: Bradesco, Itaú, Santander, BTG Pactual e Citibank.\n \n Taxa de juros subiu
\n No primeiro empréstimo realizado ao setor elétrico neste ano, ainda segundo\n informações do Ministério da Fazenda, os bancos públicos assumiram R$ 5 bilhões\n dos R$ 11,2 bilhões, ou seja, 44,6% do valor total. Na primeira operação, a\n taxa de juros cobrada foi de 1,9% acima do CDI. Nesta segunda operação fechada\n nesta semana, no valor de R$ 6,6 bilhões, os juros ficaram um pouco mais altos:\n 2,35% ao ano mais a variação do CDI.\n \n Risco zero de racionamento
\n O secretário-executivo do Ministério da Fazenda declarou ainda que o risco de\n racionamento de energia elétrica no Brasil, atualmente, é "zero".\n "A gente gostaria de desmistificar um pouco essa história", declarou\n ele, acrescentando que o mercado de energia elétrica é "extremamente bem\n preparado".\n \n Repasse aos preços
\n Questionado por jornalistas sobre qual será o impacto destes empréstimos para\n os preços da energia elétrica, previsto para acontecer a partir do ano que vem,\n Caffarelli, do Ministério da Fazenda, declarou que os reajustes não dependem\n somente das operações de crédito.\n \n "Se vai ter ou não aumento da energia elétrica, não depende apenas do\n empréstimo, mas depende de várias variáveis. Quando a gente trabalha com essa\n equação, recursos estão sendo garantidos por novos encargos. Uma delas é chuva.\n O setor vai ter mais 5 mil megawatts médios no ano que vem", afirmou o\n secretário.\n \n Nesta quarta-feira (6), o Ministério de Minas e Energia reafirmou que os\n empréstimos às distribuidoras de energia elétrica resultarão em aumento de 2,6%\n nas contas de luz em 2015. O reajuste será de 5,6% em 2016, e de 1,4% em 2017.\n \n O cálculo já leva em conta o novo empréstimo que está sendo negociado com\n bancos pelo Ministério da Fazenda, no valor de R$ 6,6 bilhões, em condições\n similares às do primeiro empréstimo de R$ 11,2 bilhões, totalizando uma ajuda\n de R$ 17,8 bilhões.\n \n Térmicas e mercado à vista
\n Dois fatores estão contribuindo para o aumento de gastos no setor: o uso mais\n intenso das usinas termelétricas e a compra, pelas distribuidoras, de energia\n no mercado à vista.\n \n Em situações normais, quase toda a energia consumida no Brasil vem de\n hidrelétricas. No início desde ano, porém, os reservatórios das principais\n usinas do país baixaram muito devido à falta de chuvas e, para poupar água,\n todas as termelétricas disponíveis estão sendo usadas. Porém, como as térmicas\n funcionam por meio da queima de combustíveis (óleo, gás, biomassa), a energia\n gerada por elas costuma ser mais cara e isso impacta a conta de luz.\n \n A queda no nível dos reservatórios também levou a patamar recorde o preço da\n energia no mercado à vista, para onde recorrem as distribuidoras que não têm\n sob contrato, a preços fixos, toda a energia que precisam para atender aos seus\n consumidores.\n \n Pela regra, tanto o custo extra com as térmicas quanto com a compra de\n energia no mercado à vista deveriam ser pagos pelas distribuidoras nesse\n primeiro momento. Depois, elas seriam compensadas nos reajustes que acontecem\n todos os anos. Entretanto as distribuidoras alegaram não ter recursos\n suficientes para pagar as contas bilionárias. Por isso, em março o governo\n anunciou o plano para socorrê-las.