Quem pretende reunir a família para um almoço típico de Páscoa pode ir preparando o bolso. E não pense que estamos falando do bacalhau. O problema está justamente na batata. O tubérculo, que costuma aparecer em abundância nas bacalhoadas, está 63,49% mais caro do que em 2014.

O número faz parte de um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Faculdade Getúlio Vargas (FGV). Segundo a pesquisa, as batatas não estão sozinhas na alta. Outros produtos de feira tiveram aumento considerável em relação a 2014, como cebola (30,44%) e couve (16,30%).

O aumento é bem acima da inflação média medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) até fevereiro de 2015: 7,99%. André Braz, economista da FGV/IBRE responsável pelo estudo, explica que o aumento desses produtos foi influenciado por questões climáticas, como a falta de chuvas, e pouco sofrem os efeitos da alta do dólar. Por causa disso, a conta do mercado deve continuar cara após a Páscoa.

— O consumidor não deve encontrar preços em queda. Vai depender da safra. Pode até ser que ser que caia (o preço dos produtos). Mas também pode aumentar ainda mais.

Outros itens da cesta de Páscoa estão “inflacionados” segundo o levantamento da FGV. Pescados frescos (16,76%), vinho (15,84%) e bombons e chocolates (9,32%) também tiveram alta acima do IPC. Nestes casos, as tradições da temporada do coelho influenciam bastante.

— São produtos que estão com grande procura neste momento. Os vendedores estão com poucos estímulos para abaixar o preço.

Pesquisar é preciso

Além dos preços altos, há ainda a variação de um estabelecimento comercial para o outro. Levantamento do Procon de São Paulo constatou diferença de até 82% no valor dos ovos de Páscoa nas cinco regiões da capital paulista.

Por isso, o órgão recomenda aos consumidores que pesquisem bastante antes de fazerem as compras da Páscoa e, no caso dos ovos, fiquem atentos às informações das embalagens. Elas devem trazer, obrigatoriamente, dados como composição do produto, peso e validade.