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Economia
11/07/2013 08:40:41
BBom: contas são bloqueadas pela Justiça por suspeita de pirâmide
Ao todo, foram congelados R$ 300 milhões e a transferência de quase cem carros, dos quais duas Ferraris, um Rolls Royce e quatro Lamborghinis, segundo o procurador da República Helio Telho, um dos responsáveis pela ação.

Ig/PCS

\n \n A BBom teve\n as contas bloqueadas pela Justiça Federal por suspeita de ter constituído uma\n pirâmide financeira. A liminar – decisão temporária – foi expedida nesta\n quarta-feira (10). A empresa, que tem cerca de 300 mil associados, é a segunda\n a ter as transações financeiras suspensas por esse motivo nas últimas 3\n semanas.nbsp;\n \n Ao todo,\n nbsp;foram congelados R$ 300 milhões e a transferência de quase cem carros,\n dos quais duas Ferraris, um Rolls Royce e quatro Lamborghinis, segundo o\n procurador nbsp;da República Helio Telho, um dos responsáveis pela ação.\n \n Os\n pagamentos aos associados – como são conhecidos os revendedores da BBom – devem\n ser prejudicados pela medida, afirma Telho.\n \n A decisão\n atinge as contas da Embrasystem, que usa os nomes fantasias BBom e Unepxmil, e\n da BBrasil Organizações e Métodos LTDA, bem como os bens dos sócios\n proprietários de ambas.nbsp; \n \n Em\n entrevista ao iG #65279;, onbsp;diretor da BBom, Ednaldo Bispo, afirma não ter tido ainda\n acesso à decisão, mas nega irregularidades e diz que os pagamentos da empresa\n aos seus associados continuam normalmente.nbsp;\n \n "Eu\n penso que o nosso modelo [ de negócios ] não foi devidamente\n esclarecido. E eu até entendo a posição da Justiça. A gente não gosta, mas\n entende", afirma Bispo. "Vai ser a grande oportunidade de mostrar\n como [ a empresa ] funciona."\n \n Empresa não\n tem aval para vender rastreador \n \n A BBom\n informa ser o braço da Embrasystem que comercializa produtos e serviços\n oferecidos pela empresa por meio de marketing multinível – um modelo de varejo\n que premia os vendedores pelo desempenho de outros vendedores que atraem para a\n rede. O principal serviço, segundo Bispo, é o de rastreamento de veículos.\n \n A juíza\n susbstituta da 4ª Vara Federal de Goiânia, Luciana Laurenti Gheller, porém,\n considerou que os pagamentos feitos a cada participante da rede "depende[ m\n ] exclusivamente do recrutamento feito por ele de novos associados", de\n acordo com nota divulgada no site do Tribunal Regional Federal da 1ª Região\n (TRF-1).nbsp;A BBom cobra dos revendedores taxas de adesão que variam de R$\n 600 a R$ 3 mil.\n \n "Na\n verdade é um esquema de pirâmide disfarçado de venda de serviço de rastreador\n por satélite", diz Telho, da Procuradoria da República em Goiás.\n "Esse esquema da BBom, como era o da Telexfree , era disfarçado. Você ganha dinheiro não por comissão de venda de\n rastreador, mas por pessoa que você coloca [ na rede ]."\n \n A juíza\n também apontou como evidêncianbsp;o fato de a Embrasystem não ter autorização\n da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)nbsp;para comercializar os\n rastreadores de automóveis. O diretor da empresa afirma que o aval não é\n necessário.\n \n "A\n empresa que presta o serviço de monitoramento não precisa de homologação, mas o\n equipamento, sim. Nós temosnbsp;todas as homologações [ do rastreador ]\n feitas diretamente no fabricante."\n \n Bispo afirma\n ainda que o faturamento da BBom nbsp;é composto da venda de rastreadores e, no\n longo prazo, dos serviços de monitoramento.\n \n Segundo o\n procurador da República, o aumento expressivo no faturamento da BBom nos\n últimos meses também chamou a atenção.\n \n "A\n empresa faturava R$ 300 mil no ano passado e em março [ de 2013 ] foram\n R$ 100 milhões. Uma coisa absurda", afirma.\n \n Segundo o\n procurador, além da investigação que levou à liminar concedida nesta\n quarta-feira (10), um inquérito criminal será aberto para apurar a ocorrência\n de crime contra a economia popular, desenvolvimento clandestino de atividades\n de telecomunicações, crime contra o consumidor e a ordem econômica, lavagem de\n dinheiro e evasão de divisas.\n \n Em todo o\n Brasil, 13 são investigadas \n \n A BBom já\n tinha se tornado alvo de investigação do Ministério Público do Rio Grande do\n Norte (MP-RN), que anunciou no último dia 2 a abertura de inquéritos contra\n seis empresas por suspeita de pirâmide financeira.nbsp;\n \n Em todo o\n Brasil, 13 empresas são investigadas atualmente por suspeita de pirâmide,\n segundo Murilo Moraes e Miranda, presidente da Associaçao do Ministério Público\n do Consumidor (MPCon) e integrante do Ministério Público de Goiás (MP-GO).\n nbsp;Foi criada uma força-tarefa que reúne promotores e procuradores federais.\n \n No dia 18 de junho,\n a Justiça do Acre suspendeu os pagamentos e bloqueou os bens dos donos da\n Telexfree, que informa comercializar pacotes de telefone por internet (VoIP, na\n sigla em inglês) por meio de marketing multinível.
Os responsáveis também negam\n irregularidades e entraram com um mandado de segurança contra a decisão que, na\n última segunda-feira (8), manteve a suspensão.\n \n \n