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Economia
03/03/2012 08:13:17
BNDES será padrinho da "BioBrasil", a superfarmacêutica brasileira
A empresa será uma estrutura nova, independente das atividades dos sócios, que começará do zero, até na construção de fábricas e laboratórios para a produção de medicamentos biológicos (desenvolvidos a partir de células vivas).

Estadão/PCS

\n \n Sem\n sucesso na tentativa de criar uma superfarmacêutica brasileira incentivando\n fusões no setor, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)\n será o padrinho da criação da BioBrasil, uma nova empresa de medicamentos que\n terá como sócios tradicionais fabricantes do setor: Aché, EMS, União Química e\n Hypermarcas. \n \n A\n empresa será uma estrutura nova, independente das atividades dos sócios, que\n começará do zero, até na construção de fábricas e laboratórios para a produção\n de medicamentos biológicos (desenvolvidos a partir de células vivas).\n \n O\n BNDES deverá ser o principal financiador, podendo atuar como um dos sócios por\n meio da sua subsidiária de participações, BNDESpar. As conversas só chegaram a\n uma definição há duas semanas, mas a participação do banco ainda está em\n negociação.\n \n O\n capital inicial seria de pelo menos R$ 400 milhões. Eurofarma e Cristália,\n também cortejadas pelo banco, decidiram ficar de fora. O BNDES não quis\n comentar, mas fontes envolvidas nas conversas com os laboratórios explicaram\n que o banco entendeu que era preciso um caminho alternativo para criar a\n superfarmacêutica.\n \n A\n maior parte das empresas do setor é dirigida pelas famílias fundadoras, que\n relutam em mudar a governança e abrir mão da direção para se unir a\n concorrentes. O BNDES tentou virar sócio de laboratórios para tentar\n influenciar por dentro, mas concluiu que há problemas na administração de\n alguns deles que inviabilizam as fusões.\n \n O\n BNDES tem sido parceiro mais frequente da Hypermarcas, que tem capital aberto e\n vem aumentando seu portfólio de medicamentos comprando outras empresas. É dona\n de marcas como Doril, Coristina e Engov. Em 2009, a companhia comprou o\n laboratório Neo Química numa operação de R$ 1,3 bilhão, viabilizada pela compra\n de títulos da Hypermarcas pela BNDESpar.\n \n A\n insistência do BNDES em dar maior musculatura financeira às farmacêuticas é uma\n forma de criar condições de elas investirem na pesquisa de novos medicamentos e\n resistirem ao avanço das multinacionais em meio ao crescimento do mercado\n brasileiro com renda em alta e maior acesso à medicina.\n \n A\n estratégia segue as diretrizes do Plano Brasil Maior, a política industrial do\n governo Dilma Rousseff, que, a exemplo da Política de Desenvolvimento Produtivo\n de Lula, elegeu o setor farmacêutico como prioritário.