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A economia brasileira fechou no ano passado 20.832 postos de trabalho formais, ou seja, com carteira assinada, informou nesta sexta-feira (26) o Ministério do Trabalho.
O número é a diferença entre as contratações (14.635.899) e as de demissões (14.656.731) registradas no ano de 2017, e tem como base o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Esse foi o terceiro ano consecutivo com perda de vagas formais. Apesar disso, o resultado do ano passado foi o melhor em três anos, ou seja, desde 2014 - quando foram criadas 420,69 mil vagas de trabalho.
"Para os padrões do Caged, esta redução em 2017 é equivalente à estabilidade do nível de emprego, confirmando os bons números do mercado na maioria dos meses do ano passado e apontando para um cenário otimista neste ano que está começando", declarou o ministro do Trabalho substituto, Helton Yomura, por meio de nota à imprensa.
Com o corte de vagas em 2017, o Brasil fechou o ano com um estoque de 38,29 milhões de empregos formais existentes. Esse é o estoque mais baixo desde o final de 2011, quando 38,25 milhões de pessoas ocupavam empregos com carteira assinada no país.
Ao final de 2016, o Brasil tinha 38,32 milhões de pessoas trabalhando com carteira assinada.
Somente em dezembro de 2017, as demissões superaram as contratações em 328.539 vagas com carteira assinada. O fechamento de postos foi menor que o registrado no mesmo mês de 2016, quando 462.366 pessoas perderam o emprego.
Dezembro é tradicionalmente um mês que registra demissões. Apesar da queda, foi o melhor dezembro desde 2007 (-319.414 vagas fechadas).
Mercado demite mais mulheres
Os números do Caged mostram que as mulheres foram mais atingidas pelo desemprego no ano passado: o número de demissão de mulheres superou o de contratações em 42.526 postos.
Já para os homens, o resultado ficou positivo no ano passado: foram 21.694 vagas abertas a mais do que fechadas.
De acordo com Mário Magalhães, do Ministério do Trabalho, o resultado está relacionado com a recuperação mais acelerada, em 2017, de setores da economia que "tipicamente" criam postos para homens, como é o caso da agricultura e repositor de mercadorias. (veja abaixo o resultado do emprego por setores)
"Quando você olha as ocupações, aquelas mais tipicamente masculinas preponderam em 2017. Enquanto que, na crise, você tinha as mulheres com saldo negativo, mas bem menos negativo do que os homens, agora as ocupações dos homens estão se recuperando mais", disse Magalhães.
O Ministério do Trabalho também divulgou dados de contratações e demissões por raça e cor em todo ano de 2017. Nesse caso, a análise é feita com base na "autodeclaração" de cada trabalhador.
De acordo com os números, os trabalhadores que se declaram como brancos perderam 322.669 postos de trabalho no ano passado. Os de raça amarela, -12.093 e, os que se declaram indígenas, -2.225 postos.
Entre as vagas criadas, o maior número foi para trabalhadores que não declararam raça ou cor ( 225.862). Para trabalhadores que se declararam como pretos ou pardos, o número de contratações superou o de demissões em 30.654 e 59.639 postos no ano passado.
Ano de 2017 por setores
De acordo com os números do governo, cinco dos oito setores da economia fecharam vagas no ano passado. O setor de construção civil foi o que mais cortou postos: -103,9 mil.
Já o comércio foi o que mais abriu vagas de emprego. Ao longo de 2017, o setor contratou, com carteira assinada, 40 mil pessoas a mais do que demitiu.
Setores que criaram vagas:
Construção civil: -103.968 postos Indústria de transformação: -19.900 empregos Indústria extrativa mineral: -5.868 postos formais Serviços Industriais de Utilidade Pública: -4.557 vagas Administração pública: -575 empregos
Setores que fecharam vagas:
Comércio: 40.087 vagas formais Agropecuária: 37.004 vagas Serviços: 36.945 empregos
Regiões do país
De acordo com o Ministério do Trabalho, três das cinco regiões do país registraram mais demissões do que contratações no ano passado. O Sudeste liderou no fechamento de vagas: -76,6 mil.
Já o Centro-Oeste, fortemente marcado pela produção agrícola, foi a região que mais abriu postos formais de trabalho em 2017. Foram 36,8 mil contratações acima do número de demissões. Veja abaixo os números por região:
Regiões de fecharam vagas:
Região Sudeste: -76.600 empregos Região Nordeste: -14.424 vagas Região Norte: -26 empregos
Regiões que criaram vagas:
Região Centro-Oeste: 36.823 empregos Região Sul: 33.395 vagas
Faixa etária
No ano passado, houve demissões em todas faixas etárias, com exceção de até 17 anos e de 18 a 24 anos. Confira:
Até 17 anos: 171.185 vagas 18 a 24 anos: 652.734 empregos 25 a 29 anos: -4.994 vagas 30 a 39 anos: -187.546 empregos 40 a 49 anos: -206.624 vagas 50 a 64 anos: -379.930 empregos 65 ou mais: -65.656 vagas formais