Exame/PCS
O Brasil fechou 86.543 vagas formais de trabalho em agosto, no pior resultado para o mês em 20 anos e o quinto mês seguido de perdas, e pode encerrar o ano com o fechamento de mais de um milhão de empregos, disse o Ministério do Trabalho nesta sexta-feira.
De janeiro a agosto, a economia brasileira já registra a demissão líquida de 572,8 mil trabalhadores, segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
"Podemos perder mais de um milhão de postos este ano. É um fato concreto, mas podemos reverter. Não perdemos nossa capacidade e os compromissos ideológicos de gerar postos e vagas", disse ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, a jornalistas.
Em 12 meses até agosto, foram fechadas 985,7 mil vagas de trabalho.
No mês passado, o maior número de demissões ocorreu nos setores industrial (-47.944), construção civil (-25.069 ) e comércio (-12.954). A agricultura perdeu 4.448 postos, mas o desempenho foi melhor do que no mesmo período do ano passado.
Os únicos setores que adicionaram vagas de trabalho no mês passado foram serviços, com 4.965 vagas criadas, principalmente em Ensino, e a administração pública, que abriu 730 postos.
Os dados apresentados pelo Caged reforçam o quadro de fraqueza do mercado de trabalho e permanência do cenário negativo, em meio ao aprofundamento da recessão, inflação elevada e crise política e econômica persistente.
O resultado de agosto foi pior que as expectativas de economistas ouvidos pela Reuters, cuja mediana apontava para o fechamento de 69 mil empregos no período.
Em julho, foram fechados 157.905 postos com carteira assinada, de acordo com dados sem ajustes..
Com as demissões maciças, a taxa de desemprego subiu para 7,6 por cento em agosto, o nível mais alto em cinco anos.