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Com o fim da Piracema nos rios de Mato Grosso do Sul, centenas de pescadores passaram pelo comércio especifico em Coxim, localizado na avenida Presidente Vargas, no bairro Santo André.

Segundo o gerente de uma das lojas especializadas no comércio de iscas e equipamentos de pesca, Wanderson Barcelos Matias, de 35 anos, ate às 10 horas desta quarta-feira (29), aproximadamente 200 turistas entraram em seu estabelecimento.

Matias disse a nossa reportagem que os destinos mais procurados pelos turistas é a região do Caronal, aproximadamente 3 horas e meia de barco descendo o Taquari, e pesqueiros do Rio Piquiri, divisa de MS com Mato Grosso.

Um dos turistas entrevistados pela nossa reportagem, o empresário de Agudos do Sul (SP), José Antônio Ayub, de 56 anos, disse que seu grupo chegou na manhã de ontem em Coxim, com oito pessoas entre profissionais liberais, aposentados e empresários, e seguiram para cinco dias de pescaria no rio Piquiri.

Já o arquiteto João Carlos Murat, de Campo Grande, aproveitará apenas sábado e domingo para praticar o esporte. Ele e mais três amigos estão vindo pela primeira vez para Coxim pescar. O grupo que normalmente costuma pescar no rio Miranda, dessa vez decidiu conhecer a região norte do Estado. “Vamos comemorar o fim da Piracema no rio Taquari e levar bastante pintado para casa”, disse João que pratica a pesca há 15 anos.

Quem também senti o reflexo com a nova temporada de pesca são os hotéis do município. Segundo o funcionário do Hotel Piracema, Manoel Vaz Guimarães Neto, essa semana já houve melhora no movimento, além dos muitos turistas que ligam e mandam e-mail pedindo orçamento, “porém nos primeiros dias ainda é bem devagar, é mais pra frente que as reservas aumentam e o movimento começa a melhorar”, explica Neto contando ainda, que o mês de outubro, por conta do feriado prolongado e do festival da pesca realizado no município, é que o hotel registra 100% de lotação.

Enquanto alguns já estão com reservas feitas, outros ainda nem tiveram procura, mas mesmo assim a expectativa com o turismo da pesca é sempre otimista para os empresários do ramo hoteleiro, como explica Alessandra de Freitas, recepcionista do Hotel Rio. “Temos ótimo movimento com turistas que vem específicamente para pescar, mas ainda não temos nenhuma reserva. Esperamos que mais para o final de semana haja procura”, anseia.

Alessandra conta que na época da Piracema o movimento do hotel cai em torno de 60%, mas anseia que nas semanas que seguem a liberação da pesca, as reservas aumentem. “Com certeza nos próximos fins de semana o movimento vai melhorar”, espera a funcionária.

A Piracema teve início no dia 5 de novembro e terminou a meia-noite desta quinta-feira (1º). Neste período só é permitido a pesca de subsistência para ribeirinhos, podendo capturar apenas três quilos ou um exemplar de qualquer peso, respeitados os tamanhos mínimos de captura estabelecidos pela legislação para cada espécie, não podendo comercializar de forma alguma o pescado.

A Piracema é o período de desova (reprodução natural) dos peixes e a restrição abrange as bacias hidrográficas dos rios Paraguai e Paraná, incluindo lagoas, lagos e alagados, além dos canais e os banhados marginais aos cursos d’água. Neste período, os peixes nadam contra a corrente para realizar a desova. A Piracema é fundamental para a preservação da piscosidade (abundância de peixes) nas águas de rios e lagoas.

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