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Até julho deste ano, mais de dois mil funcionários formais do setor da construção civil foram demitidos. O número pode chegar a cinco mil se for levado em conta os trabalhadores informais, conforme o presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil de MS), Amarildo Miranda Melo. De acordo com ele essa é a maior demissão da história de Mato Grosso do Sul.
Só no mês de julho, 189 trabalhadores foram desligados no setor de construção civil, conforme dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O setor vem apresentando perda significativa de trabalhadores ao longo do ano de 2015, sendo que em junho a construção civil demitiu 387 funcionários.
O presidente do Sinduscon atribui essa crise no setor a falta de credibilidade dos empresários com o Governo Federal. Para ele não é a falta de mão de obra o problema, mas sim a falta de investimento em programas como PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e Minha Casa Minha Vida.
"Nunca se viu uma crise desse tamanho no Estado e a maior dificuldade é com a credibilidade do governo federal, pois não paga em dia o empresário, dessa forma ele deixa de investir e isso ocasiona na demissão", explica.
Amarildo afirma que o problema não é só em Mato Grosso do Sul, mas a crise no setor atinge todo o Brasil. "Só os profissionais que trabalham dentro da formalidade, no país, foram demitidos em torno de 300 mil até o mês de julho. A estimativa que temos é que esse número chegue a 500 mil demitidos até dezembro e a tendência é piorar excessivamente", conta.
Para ele o setor só vai se estabilizar a partir de 2017, pois ele considera o ano de 2016 como sendo de recuperação para o setor. "Nem estamos contando com o próximo ano, a gente acredita que as coisas passem a se normalizar a partir de 2017, já que no ano que vem o setor ainda estará em processo de recuperação", diz.
Por outro lado, o presidente do Secovi (Sindicato da Habitação de MS), Marcos Augusto Neto, diz que em geral no ramo imobiliário, as ofertas de trabalho para o setor são melhores agora do que antes. "Antes era muito difícil encontrar mão de obra, hoje está mais fácil, os trabalhadores estão procurando mais por emprego", conta.
Marcos conta que é o setor imobiliário que está segurando o ramo da construção civil para que não haja tantos desempregos e para ele o problema não é a falta de mão de obra qualificada para desempenhar a profissão. "Não acredito muito que falte mão de obra qualificada, para mim o setor imobiliário de modo geral é o que tem segurado o desemprego".
Desempenho em 2015 - Segundo dados divulgados pelo Caged ao longo do ano de 2015, de janeiro a julho de 2015, cerca de 2.085 funcionários da construção civil já foram demitidos em Mato Grosso do Sul. O mês de janeiro foi o que apresentou o pior resultado com 805 vagas fechadas no setor, seguido pelo mês de junho com 387 demitidos e março, que apresentou 342 vagas a menos.