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Economia
28/02/2016 10:41:00
Depois de prejuízo, Arena Amazônia será privatizada, afirma governador

G1/LD

Um dos estádios construídos para a Copa do Mundo de 2014, a Arena da Amazônia tenta encontrar um novo caminho para não se transformar em um elefante Branco. A praça esportiva, que recebeu o clássico entre Itália e Inglaterra, vive um momento de transformações após ter um 2015 no vermelho:déficit de R$ 7,3 milhões. E a alternativa encontrada será a privatização.

Neste sábado, momentos antes do amistoso beneficente Amigos do José Aldo x Amigos do Pizzonia, no estádio, o governador do Amazonas, José Melo, anunciou que o palco de quatro jogos da Copa do Mundo e que receberá seis jogos das Olimpíadas será gerenciado pela iniciativa privada, após quase dois anos nas mãos do poder público.

O governador adiantou que as negociações para administração da Arena da Amazônia pela iniciativa privada estão avançadas. Sem revelar nomes, ele disse que dois grupos empresariais com expertise na gestão de estádios demonstram interesse em gerir o estádio de Manaus.

  • Há duas empresas interessadas em administrar para que os custos não sejam mais do Estado. O foco é transformar essa Arena, de fato, em uma arena multiuso, realizando grandes eventos esportivos e culturais para que ela possa se autogestar e gerar recursos para investir no esporte - comentou José Melo, e completou:

  • Essa arena aqui ela foi projetada para ser uma arena multiuso, ela não estava sendo utilizada assim e apenas para jogos de futebol. Vai continuar com isso aí, mas também vai ser uma arena multiuso. Terá grandes eventos, não só esportivos, mas também culturais, eventos de cantores famosos. Enfim, todo tipo de evento será realizado aqui para que a arena possa se autogestar - completou o governador, ao revelar que o anúncio deverá ser feito em 20 dias.

O estádio construído para a Copa

A Arena da Amazônia foi inaugurada em 2014 e foi construída especialmente para a Copa do Mundo. O estádio foi erguido no lugar do antigo estádio Vivaldo Lima, com um custo de R$ 669,5 milhões. Apesar da Copa e jogos do Brasileiro, no primeiro ano o estádio fechou o ano no vermelho. Segundo a Fundação Vila Olímpica (FVO), órgão do estado responsável pela administração do estádio, a manutenção do estádio custou, em 12 meses, R$ 7.200.000,00 (sete milhões e duzentos mil). R$ 3.600.000,00 seriam por conta do Governo, e outros R$ 3, 6 mlilhões (três milhões e seiscentos mil) de responsabilidade da Arena. O déficit foi de R$ 1.598.285,50 nos cofres do estádio, em 19 jogos disputados.

Já em 2015, a situação foi pior, De acordo com a a Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), que passou a administrar o estádio no lugar da Fundação Vila Olímpica (FVO), também órgão do Estado, os dados oficiais de arrecadação e despesas revelou os gastos com manutenção de R$ 8.046.914,76, contra uma arrecadação de R$ 694.085,50, o que representa um prejuízo de R$ 7.352.829,26. Os números confrontam ainda o valor de arrecadação divulgado pela FVO em dezembro de 2015, que era de R$ 719.881,00 e aparece menor no dado divulgado pela nova gestora.

No ano passado a Arena da Amazônia recebeu 13 jogos, divididos entre jogos de futebol locais, um torneio amistoso entre Vasco, São Paulo e Flamengo no início do ano, e shows que aconteceram no setor "podium" do estádio, que fica numa área sem acesso ao gramado, mas ainda dentro do terreno do Vivaldão. Além disso, ainda teve duas partidas da seleção brasileira olímpica, no início de outubro.

No dia 24 de maio deste ano, o estádio será entregue ao comitê Rio 2016, para a realização de seis jogos em três datas do torneio de futebol olímpico, nas categorias masculino e feminino. Além do jogo Amigos do Aldo x Amigos do Pizzonia, que reuniu mais de 32 mil pessoas neste sábado, o estádio recebeu dois amistosos do Nacional-AM neste ano, mas nenhum superou os 4 mil torcedores.