CGNews/PCS
A Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul) voltou a funcionar nesta segunda-feira (13), após paralisação forçada para evitar aglomerações e frear a propagação do novo coronavírus. Em poucos minutos, as 100 senhas distribuídas para atendimento se esgotaram. A maioria entre os trabalhadores que procuraram a agência em Campo Grande foi demitida por causa da crise econômica e busca acesso ao seguro-desemprego.
Pelo menos 15 pessoas ficaram de fora dos atendimentos previstos pela Funtrab, como Eduardo Prestes de Oliveira, 41. Dispensado há três semanas, o moto entregador tentou dar entrada ao pedido pelo seguro-desemprego pelos meios digitais, mas, sem sucesso, recorreu à sede da Funtrab. Ele vai precisar voltar outro dia, “mais cedo”, disse.
Ana Luisa da Silva, 34, trabalhava na recepção de um motel da Capital, mas veio o novo coronavírus, com ele a crise e, então, o desemprego. Segundo ela, bastou o movimento cair para que a empresa fizesse cortes no quadro de funcionários.
Irmã de Ana Luisa, Andrea, 29, trabalhava no mesmo local e tinha a mesma função, mas foi desligada pouco antes da deflagração da pandemia. Com as agências de empregos fechadas, só conseguiu procurar o benefício social agora.
A fila para acessar a Funtrab, localizada na Rua 13 de Maio, Centro de Campo Grande, deu volta no quarteirão. Alguns usavam máscaras de proteção facial. Outros desrespeitavam distanciamento mínimo para minimizar chances de contágio pelo vírus.
Na espera por atendimento estava também Dalva Aparecida da Silva, 52, que trabalhava como babá e foi demitida pouco após voltar de licença-médica para tratar um câncer.
Tinha também gente como o industriário José Cícero, 53, dispensado há 15 dias vítima dos cortes na esteira da recessão econômica. A senha de número 100 era a dele.