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A taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,7% no trimestre encerrado em outubro, mas ainda atinge 12,4 milhões de brasileiros, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi a sétima queda mensal seguida do desemprego no país e da taxa mais baixa desde o trimestre terminado em julho de 2016, quando foi de 11,6%. A queda foi puxada mais uma vez pelo aumento do número de trabalhadores sem carteira e por conta prória, que bateram recorde.
Em termos de contingente, o número de desempregos é o menor desde dezembro do ano passado, quando o país reunia 12,3 milhões de desocupados. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o número de pessoas que procuram trabalho e não encontram caiu 3,1% (menos 389 mil pessoas).
A população ocupada e com rendimentos no país aumentou 1,4%, reunindo 92,9 milhões de brasileiros. Em 1 ano, cresceu 1,5%, o que representa 1,4 milhão de pessoas a mais.
“Essa notícia [queda na taxa de desocupação] seria bastante favorável não fossem os motivos que levaram essa taxa a cair e o tipo de ocupação que teve aumento. Emprego sem carteira e trabalho por conta própria, este sem CNPJ, o que demonstra a informalidade e a precarização do mercado de trabalho”, avaliou Cimar Azeredo, gerente da pesquisa do IBGE.
Trabalho sem carteira é o que mais cresce e bate recorde
Apesar do mercado de trabalho seguir em trajetória de recuperação, os dados do IBGE mostram que a queda do desemprego continua sendo puxada pelo aumento do trabalho informal e por conta própria.
O número de empregados sem carteira assinada subiu 4,8% na comparação com o trimestre anterior, reunindo 11,6 milhões – o maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Em 1 ano, o avanço é 5,9%, um adicional de 649 mil pessoas.
Já a categoria dos trabalhadores por conta própria também bateu recorde, reunindo 23,6 milhões de pessoas. A categoria cresceu 2,2% na comparação com o trimestre anterior (mais 497 mil pessoas) e 2,9% em relação ao mesmo trimestre de 2017 (mais 655 mil pessoas).
O número de trabalhadores com carteira assinada ficou estável em ambas as comparações, segundo o IBGE, somando 32,9 milhões de pessoas no trimestre encerrado em outubro.
Na semana passada, o Ministério do Trabalho informou que o Brasil gerou em outubro 57,7 mil empregos com carteira assinada, número abaixo ao registrado em outubro do ano passado (76.599). Na parcial do ano, foram gerados mais de 790 mil vagas formais no país.
Subocupação também é recorde
Segundo o IBGE, o número de subocupados por insuficiência de horas também registrou recorde na série histórica da pesquisa, chegando a 7 milhões em outubro. Na comparação com o trimestre anterior, quando já havia sido registrado recorde, aumentou em 418 mil o número de trabalhadores nesta condição.
De acordo com o IBGE, 27,2 milhões de brasileiros seguem subutilizados - 400 mil a menos que no trimestre imediatamente anterior, o que o instituto considera estabilidade. Já na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, esse contingente aumentou em quase 700 mil pessoas (eram 26,6 milhões em outubro de 2017, um crescimento de 2,6%).
O grupo de trabalhadores subutilizados reúne os desempregados, aqueles que estão subocupados (menos de 40 horas semanais trabalhadas), os desalentados (que desistiram de procurar emprego) e os que poderiam estar ocupados, mas não trabalham por motivos diversos.
Falta emprego para 27,2 milhões
Veja quantos estavam na condição de subutilização no trimestre encerrado em outubro:
12,4 milhões de desempregados: pessoas que não trabalham, mas procuraram empregos nos últimos 30 dias (no 2º trimestre, eram 13 milhões);
7 milhões de subocupados: pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam de trabalhar mais (no 2º trimestre, eram 6,5 milhões);
8 milhões de pessoas que poderiam trabalhar, mas não trabalham (força de trabalho potencial; no trimestre terminado em julho, eram 8,1 milhões): grupo que inclui 4,7 milhões de desalentados (que desistiram de procurar emprego) e outras 3,3 milhões de pessoas que podem trabalhar, mas que não têm disponibilidade por algum motivo, como mulheres que deixam o emprego para cuidar os filhos.