Estadão/PCS
O dólar acelerou a alta frente o real e atingiu máxima nesta quarta-feira, 9, acima dos R$ 3,60 no mercado à vista pela primeira vez em quase dois anos. Na máxima, o dólar à vista atingiu R$ 3,6015 ( 0,92%) – valor mais alto no intraday desde 2/6/2016 (a R$ 3,6094).
O ajuste foi puxado pelo salto do dólar junho até a máxima de R$ 3,6085 ( 1,04%) pouco antes do fechamento deste texto, na contramão da queda do índice do dólar (DXY) no exterior, de 0,17% às 10h52.
“O juro da T-Note 10 anos foi reconduzido aos 3% ao ano há pouco”, disse o diretor da corretora Mirae Pablo Spyer. “Voltou a estressar ante o real após o juro da T-Note de 10 anos ter voltado a bater nos 3% ao ano”, afirma.
Na máxima, o rendimento da Treasury de dez anos atingiu 3,0131%. O gerente de mesa de derivativos de uma gestora de recursos diz que a incerteza sobre o futuro do acordo nuclear com o Irã sem a participação dos EUA sustenta tensões geopolíticas e o petróleo em alta.
Além disso, a balança comercial do Brasil com a China é superavitária, mas a crise geopolítica gera preocupação de que em algum momento essa relação bilateral poderá ser prejudicada, avalia o profissional.
Segundo ele, há cautela também antes dos dados de fluxo cambial, que saem às 12h30, após a B3 ter informado na terça saídas de pouco mais de US$ 2,212 bilhões apenas nos primeiros três dias úteis de maio.