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O dólar voltou fechar abaixo de R$ 4 nesta quinta-feira (27), seguindo a tendência de queda do dia anterior, com o mercado financeiro de olho no cenário eleitoral e em dia bastante favorável no exterior para países emergentes.
A moeda norte-americana caiu 0,85%, vendida a R$ 3,9931. Veja mais cotações. A última vez que o dólar fechou abaixo de R$ 4 foi em 20 de agosto, quando encerrou a sessão a R$ 3,9566.
Na mínima do dia, a moeda dos EUA chegou a R$ 3,9673. Já o dólar turismo fechou negociado a R$ 4,17, sem considerar a cobrança de IOF (tributo).
Na véspera, a moeda norte-americana recuou 1,34%, vendida a R$ 4,0275.
Segundo a Reuters, o mercado de câmbio refletiu o fluxo de ingresso de recursos para o país e desmonte de posições compradas, com os investidores menos assustados quanto ao cenário eleitoral em sessão ainda marcada por melhora no cenário externo, depois que o Federal Reserve (BC dos EUA) sinalizou quatro altas de juros nos Estados Unidos até o final de 2019.
Cenário político
O cenário político seguiu como pano de fundo, embora não estejam previstas para esta quinta-feira novas pesquisas de intenções de votos para a corrida presidencial.
Segundo o Valor Online, profissionais de mercado comentam que um amplo ajuste de posições contribui para o alívio no câmbio em meio à percepção de que o resultado eleitoral pode não trazer efeitos tão negativos para o mercado.
O Bank of America Merrill Lynch (BofA) decidiu elevar a recomendação dos bônus brasileiros - dívida externa do país - para a média do mercado, avaliando que os riscos eleitorais do Brasil estão menos “assimétricos”.
Cenário externo
As moedas emergentes subiram nesta quinta-feira beneficiadas pela leitura de que o Fed deve conduzir um aperto monetário apenas gradual. Na véspera, o BC dos EUA confirmou que prevê mais uma alta dos juros em dezembro, três em 2019 e uma em 2020.
"O fato de ele ter sinalizado o fim da política expansionista tirou a perspectiva de altas subsequentes...a política de aumento gradual está perto do fim", avaliou à Reuters o diretor da assessoria de câmbio FB Capital Fernando Bergallo.
O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 10,72 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, concluindo a rolagem dos 9,801 bilhões de dólares que vencem em outubro. Em novembro, segundo dados do site do BC, vencem 8,027 bilhões de dólares em swap cambial.
Novo patamar e perspectivas
A recente disparada do dólar aconteceu em meio a incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.
Investidores passaram a comprar dólares em resposta a pesquisas que mostram intenção de voto mais baixa para candidatos considerados mais pró-mercado. Na avaliação do mercado, os candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto são menos comprometidos com determinados modelos de reformas econômicas considerados fundamentais para o ajuste das contas públicas.
Na prática, as flutuações atuais ocorrem principalmente conforme cresce a procura pelo dólar: se os investidores veem um futuro mais incerto ou arriscado, buscam comprar dólares como um investimento considerado seguro. E quanto mais interessados no dólar, mais caro ele fica.
Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise em países como Argentina e Turquia.
A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 subiu de R$ 3,83 para R$ 3,90 por dólar, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para o fechamento de 2019, avançou de R$ 3,75 para R$ 3,80 por dólar.