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O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (28), no último pregão de 2018, mas fechou o ano em alta de 16,9% sobre o real.
Nesta sexta, a moeda dos Estados Unidos recuou 0,55%, vendida a R$ 3,8742. Já o dólar turismo era vendido perto de R$ 4,02, sem considerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Veja abaixo alguns fatores que influenciaram o dólar em 2018:
indicações do Fed sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos
tensões globais em meio à 'guerra comercial' entre Estados Unidos e China
expectativas sobre a troca de governo e a possibilidade de aprovação de reformas econômicas
Miguel Daoud, economista da Global Financial Advisor, comenta que o ano foi de volatilidade cambial em diversos países, "pelo cenário externo de alta de juros", mas no Brasil isso foi agravado pela disputa eleitoral. "Mas eu acho que o mais importante de tudo isso é deixar claro que o dólar mudou de patamar. Não tem mais espaço para uma queda significativa", avalia.
Juros nos EUA
No mercado financeiro, o ano foi marcado por expectativa dos investidores por pistas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos. Isso se acentuou depois que o Federal Reserve (Fed), o banco central do país, sinalizou duas altas previstas para 2019 - e não mais três. No entanto, não se sabe se o número será ainda menor.
Os investidores acompanham pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque, com taxas mais altas, o país se tornaria mais atraente para investimentos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação ao real.
Reforma da Previdência
Internamente, o mercado segue acompanhando notícias sobre a transição de governo. Nesta sexta, repercute nos negócios uma entrevista em que o futuro vice-presidente, general Hamilton Mourão, defendeu a necessidade de uma reforma da Previdência já no primeiro semestre de 2019.
“Se a gente for voltar para a estaca zero não vamos conseguir produzir nada no ano que vem. Poderia ser feito um adendo aqui e outro ali dentro da visão que se tem”, afirmou em entrevista ao Valor. “Temos que usar o que está lá e colocar uma coisa a mais, que isso é permitido pelo regulamento interno do Congresso, para que a gente consiga no primeiro semestre tentar passar isso aí”, completa.
O mercado considera a reforma da Previdência uma das principais condições para que a economia volte a crescer de forma mais robusta. Por essa razão, as declarações de Mourão foram bem recebidas por investidores.
"A declaração de Mourão sobre a votação da reforma da Previdência única, e não fatiada, tem grande importância. O mercado tem pressa, quer ação", disse à Reuters o operador de câmbio da corretora Advanced Corretora Alessandro Faganello.