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O dólar opera em alta pelo terceiro dia seguido nesta sexta-feira (8), com incertezas sobre um acordo entre Estados Unidos e China no exterior e com os investidores avaliando os impactos políticos da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a possibilidade de prisão depois de condenação em segunda instância.
Às 15h04, a moeda norte-americana subia 1,42%, a R$ 4,1497. Na máxima até o momento, foi a R$ 4,1571.
No dia anterior, o dólar fechou em alta de 0,25%, a R$ 4,0914, em meio a frustração dos investidores com os resultados dos leilões do pré-sal. Na parcial do mês, acumula alta de 2,04%. No ano, a valorização é de 5,61% frente ao real.
Na quinta-feira, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a possibilidade de iniciar a execução de pena de prisão após condenação em segunda instância, o que deve abrir caminho para levar à liberdade o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão também está sendo vista por analistas como uma derrota da operação Lava Jato.
"Os ruídos políticos trazem uma certa cautela em semana marcada pelo leilão decepcionante do pré-sal", disse à Reuters Pablo Spyer, diretor da Mirae Assets. "Diminuiu o ímpeto otimista da queda do dólar."
A frustração com o resultado dos leilões do pré-sal, marcados pela ausência de participação de empresas privadas estrangeiras, pegou no contrapé boa parte do mercado que estava vendida na moeda americana, o que significa que a correção pode se estender pelos próximos pregões.
A corretora H. Commcor destacou em nota que "as reações no mercado tendem a ser negativas, tanto pela sensação de insegurança jurídica quanto pelo chamado 'risco Lula'". "Nesse último aspecto, deve-se expor primeiramente a potencial instabilidade política adicional que a esquerda (fortalecida) promete, tanto em atritos com a atual gestão (politicamente fraca) quanto em termos da disputa presidencial para 2022", afirmou.
No exterior, a cautela prevalecia após uma notícia da Reuters sugerindo que autoridades da Casa Branca se opõem à revogação de tarifas sobre Pequim levantar incertezas sobre a primeira fase de um acordo comercial.
Na quinta-feira, autoridades dos EUA e da China disseram que os dois países irão reverter as tarifas sobre os produtos um do outro na "fase um" de um acordo comercial se ele for finalizado.