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O dólar opera em baixa nesta quarta-feira (14), acompanhando a queda da moeda nos mercados externos diante da percepção de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode elevar os juros somente em 2016 em meio a uma rodada de dados fracos nos Estados Unidos e na China, favorecendo mercados emergentes.
Às 11h25, a moeda norte-americana recuava 0,93%, a R$ 3,8571 na venda. Na mínima desta sessão, chegou a cair a R$ 3,8436.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h09, caía 0,34%, a R$ 3,8801. Às 9h29, caía 0,37%, a R$ 3,8791. Às 9h49, caía 0,99%, a R$ 3,8546. Às 10h29, caía 0,49%, a R$ 3,8743. Às 10h59, caía 1,05%, a R$ 3,8526.
No entanto, investidores continuavam com um pé atrás e operadores afirmavam que qualquer susto pode levá-los a correr para a segurança do dólar e voltar a elevar a cotação, em meio ao cenário político conturbado no Brasil.
"Julgando por toda a comunicação do Fed e por todos os fundamentos, não vejo nenhum motivo para ter pressa para subir juros. Não ficaria surpreso se a alta viesse só na metade do ano que vem", disse o tesoureiro de um banco nacional.
Cenário externo e doméstico
Dados fracos sobre a inflação na China alimentaram apostas de que a desaceleração da segunda maior economia do mundo esteja respingando sobre os EUA, o que daria argumentos para o Fed manter os juros quase zerados até o ano que vem.
Além disso, dados nos EUA também corroboraram essa visão. Os preços ao produtor nos país recuaram 0,5% em setembro, queda bem maior do que a baixa de 0,2% projetada por analistas em pesquisa da Reuters. Já as vendas no varejo subiram 0,1% no período, contra expectativas de alta de 0,2%.
A possibilidade de o Fed não elevar juros neste ano sustenta a atratividade de ativos de países emergentes, que oferecem rendimentos maiores. Nesse contexto, a divisa dos EUA perdia terreno em relação a moedas como os pesos chileno e mexicano.
No entanto, operadores não descartavam a possibilidade de o real voltar a ser pressionado por preocupações locais. A pesada incerteza sobre eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff vem assustando investidores, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de barrar temporariamente o rito desenhado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Todo este quadro de indefinição da cena política, que prejudica e posterga cada vez mais o ajuste fiscal e a retomada do crescimento do Brasil, leva o investidor para um cenário de aversão ao risco e a procura por segurança no dólar", escreveu o operador da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik em nota a clientes.
Swaps
O Banco Central dará continuidade nesta manhã à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, com oferta de até 10.275 contratos, equivalentes à venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou US$ 4,094 bilhões, ou cerca de 40%do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.
Véspera
Na terça-feira, o dólar voltou a encostar em R$ 3,90 e fechou a sessão com a maior alta diária em mais de quatro anos. A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 3,58%, cotada a R$ 3,8935 para venda, após ter encerrado a R$ 3,7588 na sexta-feira passada.
Foi o maior avanço diário desde 21 de setembro de 2011, quando subiu 3,75% Na máxima da sessão, foi a R$ 3,8962. No mês, o dólar ainda acumula queda de 1,82%. No ano, a valorização é de 46,44%. Na semana passada, o dólar tinha acumulado queda de 4,74%, maior baixa semanal desde o fim de 2011.