G1/LD
O dólar opera em alta de mais de 1% nesta sexta-feira (28), com investidores à espera da divulgação dos dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e possíveis implicações na condução da política monetária do país, e já começando a se antecipar à formação da Ptax de final de mês, segundo a Reuters.
Às 10h40, a moeda norte-americana subia 1,29%, vendida a R$ 3,1963.
Acompanhe a cotação ao longo do dia: Às 9h09, alta de 0,21%, a R$ 3,1622 Às 9h29, alta de 0,47%, a R$ 3,1705 Às 9h49, alta de 0,79%, a R$ 3,1807 Às 10h09, alta de 1,15%, a R$ 3,192
Cenário externo
O PIB dos EUA provavelmente expandiu à taxa anual de 2,5% no trimestre passado, após crescimento de 1,4% no segundo trimestre, de acordo com pesquisa da Reuters junto a economistas. Essa seria a taxa mais forte desde o segundo trimestre de 2015.
"O movimento global em relação à alta dos rendimentos dos Treasuries ganhou força lá fora na véspera... Isso não está descartado nesta sessão, sobretudo depois do PIB dos EUA", disse o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado, à Reuters.
Embora o Federal Reserve, banco central norte-americano, esteja mais focado em emprego e inflação, sinais de fortalecimento econômico darão suporte a uma alta da taxa de juros em dezembro. Juros mais altos nos EUA têm potencial para atrair recursos hoje aplicados em outros mercados, como o brasileiro, e fazer a moeda norte-americana subir por aqui.
Repatriação de recursos
A expectativa pelo fluxo de recursos pela regularização de ativo brasileiro alocado no exterior, cujo prazo termina na próxima segunda-feira, pode aliviar o movimento da moeda norte-americana ao longo do dia, segundo a Reuters.
Nos últimos dias, o câmbio tem sido pressionado pela expectativa de maior ingresso de fluxo de recursos do exterior.
Segundo a Receita Federal, até as 17h de quinta-feira (27), a arrecadação com imposto e multa no âmbito da regularização de ativos no exterior havia chegado a R$ 45,78 bilhões.
A expectativa de fortes entradas de recursos com a repatriação favoreceria, em tese, a desvalorização da moeda em relação ao real. Isso porque, com mais dólares no mercado, o preço tende a cair.
"Na minha avaliação, no entanto, acredito que o principal fluxo da repatriação já aconteceu", comentou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado, à Reuters.
A formação da Ptax, taxa mensal que serve de referência para diversos contratos cambiais, também causava pressão adicional no dólar nesta sessão, segundo operadores.
O dólar subiu nos dois últimos pregões e terminou a véspera cotado a R$ 3,1555, depois de bater em R$ 3,1065 na terça-feira, acumulando em duas sessões valorização de 1,58%.
Na parcial do mês, o dólar acumula queda de 3% ante o real. No ano, o recuo é de 20%.
Atuação do BC
O Banco Central vendeu nesta manhã o lote integral de 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de moeda. Com essa modalidade de leilão, o BC busca controlar fortes quedas do dólar.