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O dólar superou a máxima histórica de 4 reais na abertura dos negócios nesta terça-feira, com investidores aguardando a votação de vetos da presidente Dilma Rousseff no Congresso. Às 13h10, o dólar avançava 1,77%, a 4,0517 reais na venda, após ter o segundo fechamento mais alto na história pela segunda sessão consecutiva na segunda-feira, a 3,980 reais. A cotação desta terça é a mais alta já registrada desde a criação do real. Em 10 de outubro de 2002, o dólar chegou a ser vendido a 4 reais durante o pregão, mas desacelerou e fechou naquele dia a 3,99 reais.
Nesta terça-feira, o Congresso se reúne para decidir se mantém ou rejeita vetos da presidente Dilma a projetos que criam despesas e integram a chamada "pauta-bomba". Um dos temas que serão analisados é o reajuste entre 53% e 78% a servidores do Poder Judiciário, conforme o cargo. Uma possível derrubada dos vetos pode anular os esforços de corte de gastos que o governo anunciou na última segunda-feira, como parte do pacote de ajuste fiscal.
"Essas dificuldades que o governo enfrenta no Congresso deixam o país quase ingovernável do ponto de vista fiscal", disse o operador da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa.
O cenário externo tampouco ajudava o ânimo dos investidores. O dólar subia globalmente após declarações de uma série de integrantes do Federal Reserve, banco central americano, ressaltarem que podem dar início ao aperto monetário ainda neste ano, após postergar na semana passada esse movimento em meio a preocupações com a economia global.
O salto da moeda dos EUA alimentava nas mesas de câmbio que o Banco Central (BC) pode ampliar ainda mais sua intervenção, já que cotações mais altas tendem a pressionar a inflação. O BC brasileiro dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com oferta de até 9.450 contratos, equivalentes a venda futura de dólares.