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A desvalorização do bezerro em 2022 chegou a 16,6% em Mato Grosso do Sul. Em janeiro, segundo cotações do Cepea, o valor do macho nelore ou anelorado com 12 meses estava em R$ 2.907,14. Oscilou em queda livre até meados do ano, quando reagiu e ensaiou uma alta, mas voltou a cair e fechou dezembro a R$ 2.421,95.
Analistas ouvidos pela coluna Lado Rural atribuem a queda de preços à retenção de matrizes pelos pecuaristas, o que acabou levando a um aumento na oferta. Segundo a consultoria Agrifatto, com a expansão na oferta de animais, o bezerro (base MS) fechou 2022 com um recuo no preço anual, fato que não ocorria desde 2017.
Segundo a Scott Consultoria, outra referência em cotações de preços para a pecuária, na média de todas as categorias de machos e fêmeas anelorados de reposição, as cotações caíram 15,2% na primeira quinzena de dezembro de 2022 com relação a dezembro de 2021.
Para 2023 a expectativa é de que haja uma freada no movimento baixista do preço do bezerro. De dezembro de 2022 para janeiro de 2023 há uma pequena oscilação para cima no preço do animal desta categoria, saindo de R$ 2.421,95 para R$ 2.448,75 a cabeça, indicando que o espaço para queda nesse ano parece ser menor que em 2022.
Bezerro x custo de produção
Os custos de produção da pecuária de corte nacional apresentaram em 2022 movimentos distintos dentre as fazendas típicas que representam o sistema de cria e as de recria-engorda, com aumento de 10,15% para o primeiro caso e queda de 12,56% para o segundo, conforme pesquisas realizadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e divulgadas hoje.
O fator determinante para esse resultado foi a desvalorização do bezerro, que é o principal insumo do pecuarista que trabalha com a recria-engorda. Já os demais insumos utilizados na produção do gado de corte de ambos os sistemas registraram valorização significativa ao longo de 2022.
Pesquisadores do Cepea, que têm em Mato Grosso Sul a referência de preços do bezerro para o resto do Brasil, ressaltam que, por enquanto, o cenário que se desenha para 2023 é de incremento nos custos de produção, sobretudo por conta do dólar ainda alto, que mantém encarecidos os insumos importados, e ao contexto externo, como a guerra na Ucrânia e a possibilidade da tão falada recessão global.